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O que fazer com a ansiedade pré-prova?

O que fazer com a ansiedade pré-prova?

Você se inscreveu para uma prova de triathlon de longa distância, investiu em equipamentos, planilha de treinamento, nutricionista, suplementação e fisioterapia. Por alguns meses o seu cotidiano ficou dividido entre muitas horas de treino e trabalho, restando poucas horas de descanso e vida social. Num piscar de olhos chegou a tão esperada semana da prova, na qual o volume de treinos diminui, a ansiedade aumenta e “zilhões” de questões passam a inquietar a sua mente.

Treinei o suficiente essa prova? Será que conferi todos os meus equipamentos? Como será a previsão do tempo para o dia da competição? Cruzarei a linha de chegada de acordo com o meu tempo estimado? Tenho chances de subir no pódio da minha categoria e conseguir vaga pro mundial? Lembrando que essas questões não costumam comparecer sozinhas, afinal, quem nunca teve insônia, sensações falta de ar, coração acelerado, aperto no peito e a clássica dor de barriga na véspera da prova?

Tudo isso podem ser sinais de algo que todo atleta, seja profissional ou amador, já experimentou o que é a “ansiedade pré-prova”. De modo geral, a ansiedade é uma característica típica do homem contemporâneo. Trata-se de um estado psíquico de expectativa diante um evento futuro, seja esse evento bom ou ruim.

Segundo a psicanalista Paula Lampé Figueira, algumas ações podem ser realizadas para evitar ou ao menos diminuir as sensações de coração acelerado ou peito apertado ou respiração encurtada ou até mesmo a sensação que o caminho até o banheiro químico da prova parece mais longo que o percurso do ciclismo.

Cada deve criar sua estratégia particular para lidar com esses benditos “afetos que não enganam”. Aposte e confie em tudo que você fez desde o treinamento e o que fará até cruzar a linha de chegada. Jamais se prenda às expectativas que os outros depositam em você , lembrem-se do risco de “sufocar o desejo” quando caímos no erro de atender as demandas dos outros, citou Paula Figueira que além de Psicanlista e Psicóloga também é triatleta e sente na teoria e na prática todas essas sensações.

E completou: “Sabe aquele ditado: “tá na chuva, então é pra se molhar” ? Já que não existe escapatória, não brigue com a ansiedade e com a angústia quando elas resolverem te invadir, mas faça um bom uso delas! Não tem como superar a angústia fugindo dela, mas podemos atravessá-la no caminho para chegar ao desejo. Afinal, todo atleta que se inscreve numa prova, no mínimo quer atravessar o pórtico de chegada e garantir a sua merecida medalha de finisher com muito entusiasmo!”

Paula Lampé Figueira é psicóloga, psicanalista membro da Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória, triatleta amadora e autora do perfil no Instagram @atletanodiva

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