Esportes

OPINIÃO | A intolerância venceu, para tristeza de uma sociedade que está doente

As cenas de briga entre torcedores brasileiros e argentinos e a polícia rodaram o mundo e vão deixar uma imagem imensamente negativa para o País

Foto: Marcelo Carroll/Diario Ole

A intolerância venceu. O que aconteceu no Maracanã na noite desta terça-feira foi vergonhoso. E nem estou falando (ainda) de mais uma atuação pífia da Seleção Brasileira, dona da camisa mais pesada do futebol mundial, mas que hoje é um time comum. As cenas de agressões da polícia a torcedores argentinos e de briga entre brasileiros e argentinos, com arremessos de cadeiras e agressões físicas e verbais, mostram que a intolerância venceu o jogo, para tristeza de uma sociedade que está doente.

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Uma sociedade que não sabe conviver com o diferente, que valoriza a polarização, que exalta o conflito, que prefere brigar a conversar, que ridiculariza tudo que não é exatamente igual ao que ela gosta/prefere.

As imagens rodaram o mundo e a repercussão é imensamente negativa para o Brasil. Mas não é só aqui que isso acontece. É só ver os recentes insultos racistas no futebol em todo o mundo. Em pleno 2023, ainda sofremos com isso. “Ah, não tem nada a ver uma coisa com a outra”, você pode dizer aí. Claro que tem, eu respondo aqui. Violência é violência em qualquer parte do mundo, em qualquer época, em qualquer idioma.

Que bom seria se a única manifestação fosse o grito de “time sem vergonha” que a Seleção ouviu no Maracanã. De todos os males, esse foi o menor, sem dúvida.

Você seguraria o Diniz?

Foto: Staff Images / CBF

Fernando Diniz teve a chance da vida. Não aproveitou. Acumulou recordes negativos — primeira derrota para a Colômbia em Eliminatórias, primeira derrota em casa em Eliminatórias, três derrotas seguidas — e não pode culpar ninguém.

Mas eu já tinha avisado aqui que o trabalho de Diniz, 100% autoral, requer (muito) treinamento e repetição. Justamente o que ele não tem à disposição na Seleção Brasileira, onde os jogadores se apresentam, treinam, no máximo, dois dias e vão para os jogos. Tinha tudo pra dar errado. E deu.

Agora a CBF tem um abacaxi nas mãos. Segura Diniz enquanto Carlo Ancelotti continua fazendo cena e não confirma o seu acerto com a Seleção? Troca o comando agora? O que você faria?