A galeria tá completa! O São Paulo agora pode bater no peito e dizer que é campeão de tudo! O único título que faltava já não falta mais. A conquista inédita da Copa do Brasil marca um time solidário, que ganhou força durante a temporada e foi maduro para garantir o título diante da torcida.
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Nas declarações dos jogadores, do técnico Dorival Júnior e do presidente Julio Casares após o empate em 1 a 1 com o Flamengo neste domingo — resultado que valeu a taça porque o time paulista venceu o jogo de ida por 1 a 0, no Maracanã —, todos quase sempre destacaram expressões como “time desacreditado”, “time mediano”, “superação da equipe”. E, dessa vez, elas realmente fazem sentido.
Após eliminar Ituano e Sport nas duas primeiras fases que disputou na Copa do Brasil, o São Paulo não era o favorito para boa parte dos especialistas e da própria torcida nos confrontos contra Palmeiras, Corinthians e, na final, o Flamengo. Ainda assim, passou por todos eles!
Tricampeão mundial, tricampeão da Libertadores, hexacampeão brasileiro e campeão da Copa Sul-Americana, o São Paulo é um dos principais protagonistas no futebol brasileiro. Andava “sumido”, mas volta a assumir essa posição com o título da Copa do Brasil. Soberano, como sua torcida gosta de chamá-lo. Parabéns!!!
Os detalhes que fazem diferença
Eu escrevi aqui, assim que o sorteio da final da Copa do Brasil deu o mando de campo da partida de volta ao São Paulo, que este time tinha o necessário para ser campeão. São detalhes que não passaram despercebidos e que se mostraram fundamentais para a conquista são-paulina.
Vou aproveitar, então, pra destacar 4 pontos que eu vejo como cruciais para o título.
1 Fim da sina do goleiro
Depois da aposentadoria de Rogério Ceni, o maior ídolo da história do clube, em 2015, o São Paulo penou para encontrar seu novo goleiro. A responsabilidade era muito grande e, em muitos momentos, faltou até mesmo paciência com o escolhido da vez.
A espera acabou com Rafael. Anunciado como reforço no final do ano passado, Rafael não deixa dúvidas de que é o dono da posição. E foi importante no momento mais decisivo da temporada para o time, mostrando segurança e experiência nos dois jogos da final. A defesa no chute de Ayrton Lucas, já nos minutos finais do empate em 1 a 1 no Morumbi, valeu como um gol são-paulino neste domingo!
2 O “diferente”
Todo time campeão tem pelo menos um jogador diferente. O São Paulo não tinha esse cara até a volta de Lucas Moura, em agosto. Ele é o líder da equipe na questão técnica. Mais do que isso, ele é o elo com a torcida, é o jogador identificado com o clube desde sempre.
Lucas Moura saiu do São Paulo em 2012 como campeão da Copa Sul-Americana. Fez boa carreira internacional, sem se tornar o protagonista que todos esperavam. Mas, no São Paulo, ele é sim o protagonista.
Se a bicicleta que ele tentou no primeiro tempo vira gol, era caso de placa e estátua pra ele no Morumbi!
3 O Morumbi
A mística do Morumbi em dia de jogos do São Paulo na Libertadores é pra lá de conhecida. O estádio treme, literalmente! Quem já ficou na arquibancada lotada do Morumbi sabe o que eu estou dizendo.
Só que o Morumbi “acordou” também para a Copa do Brasil. Foi fundamental na semifinal contra o Corinthians, por exemplo. E neste domingo, contra o Flamengo, mesmo com vários momentos de tensão, o estádio estava lá para dar o suporte e o apoio que o time precisava em campo. Uma festa lindíssima antes, durante e depois da partida.
Numa época de “arenas” quase todas iguais, é muito bacana ver um estádio de futebol pulsando!
4 O patrão
Dorival Júnior vive, talvez, a sua melhor fase como treinador. Tem boas ideias, é ótimo no relacionamento com jogadores, é estudioso e vencedor. Muito vencedor.
Algumas escolhas ruins na carreira, atuando como bombeiro para salvar times do rebaixamento, “atrasaram” o seu posicionamento entre os melhores técnicos do futebol brasileiro. Mas, hoje, não vejo como fazer uma lista dos melhores do País sem o nome dele entre os três primeiros.
Sempre com os pés no chão, Dorival montou o São Paulo para se defender. Correu um risco, mas correu um risco calculado. Tanto que o Flamengo teve a bola, mas criou pouquíssimas chances de gol.
Este é o terceiro título dele na Copa do Brasil (venceu também em 2010 pelo Santos e em 2022 pelo Flamengo), que ainda tem uma Libertadores (2022 pelo Flamengo) e sete títulos estaduais espalhados pelo Brasil.
Enquanto isso, no Flamengo…
“Não plantamos muita coisa, não colhemos nada”. A frase é do Gabigol, mais uma vez reserva do Flamengo com Jorge Sampaoli. E quer dizer muita coisa!
Clube com mais investimentos do País, clube com mais receitas, o Flamengo não ganhou nada em 2023. Perdeu Carioca, Libertadores e Copa do Brasil. E está longe do título no Brasileirão, em sétimo lugar, 11 pontos atrás do líder Botafogo.
O jogo final da Copa do Brasil nem foi o pior da equipe. Pelo contrário. O Flamengo teve a bola e buscou mais o jogo do que o adversário. Porém, ficou nisso. Jorge Sampaoli garantiu que não vai pedir demissão, mas é difícil até mesmo que ele fique até o final do ano.
Com Jorge Jesus em baixa na Arábia Saudita e “cavando” um retorno pela imprensa e Tite fazendo o mesmo, com seus assessores deixando “escapar” que ele quer voltar a trabalhar num clube, os dias de Sampaoli no Flamengo estão contados.