De louco, todo mundo tem um pouco. No caso do técnico Fernando Diniz, esse “um pouco” tem uma proporção maior. Dono de uma ideia de jogo única que, quando vence, é aplaudida, mas que é sempre criticada em qualquer derrota, o treinador se agarra às suas convicções e tem como maior mérito fazer os jogadores “comprarem as ideias”, ou seja, acreditarem nelas.
Jogo de volta da semifinal da Libertadores. Fora de casa. Time perdendo por 1 a 0. Faltando cerca de 10 minutos para o fim do jogo. O que o Fluminense do Diniz faz? Não dá bicão. Não se lança ao ataque de qualquer forma. E vira o jogo com dois gols épicos que começam com a bola no chão, no campo de defesa. Vitória histórica para deixar, como a torcida tricolor canta, o Fluminense do Diniz “louco da cabeça”!
Ideias de jogo à parte, Fernando Diniz me lembra a fase que o técnico Cuca viveu antes da consagração. Assim como Diniz, Cuca montava equipes envolventes, de futebol bonito, mas não conseguia conquistar títulos. Até que ganhou o primeiro título importante, o Carioca de 2009 pelo Flamengo. E, a partir daí, deslanchou!
Diniz, coincidentemente, também tem um título carioca — o deste ano, pelo Fluminense — como a sua principal conquista. A ida para a Seleção Brasileira já mudou o seu status. Mas um título da Libertadores o colocaria de vez na prateleira de cima do futebol brasileiro.
Faltam 90 minutos. Os mais difíceis dessa jornada tricolor. Mas acho que ninguém é louco de duvidar agora do Fluminense do Diniz. Ou é?