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OPINIÃO | Será que Tite vai entender a "Flamengabilidade"?

Tite vai assumir o Flamengo logo após a Data-Fifa e precisa fazer a reformulação que não conseguiu fazer à frente da Seleção Brasileira

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Tite foi o treinador da Seleção Brasileira nas duas últimas Copas do Mundo. Na primeira delas, na Rússia, em 2018, era um nome incontestável. Quatro anos depois, no Catar, ele seu linguajar no mínimo “criativo” estavam longe de ser unanimidade, mas não teve concorrentes ao cargo e continuou sendo o nome mais preparado.

Tite fracassou no objetivo de fazer o Brasil voltar a ser campeão e engoliu duas eliminações nas quartas de final para seleções europeias: Bélgica em 2018 e Croácia em 2022. Só que Tite teve um outro fracasso à frente da Seleção. Com um ciclo inteiro entre os dois Mundiais que disputou o técnico não foi capaz de fazer a renovação que já se mostrava necessária logo após a Copa da Rússia.

A Seleção Brasileira continuou dependente exclusivamente de bons lances de Neymar. Nenhuma nova liderança foi incentivada, veteranos como Daniel Alves e Thiago Silva continuaram sem substitutos à altura, não foi “encontrado” um novo lateral-esquerdo e nomes jovens como Gabriel Martinelli, Rodrygo e Vinícius Júnior poderiam ser melhor aproveitados.

Coincidentemente, é um cenário parecido com o que o técnico vai encontrar no Flamengo. Mas será que Tite, com o seu “Titês”, vai entender a “Flamengabilidade“?

O Fla busca, hoje, mais do que um treinador. O clube precisa de alguém que lidere o processo de reformulação de um elenco que parece esgotado. Atuais lideranças precisam ser substituídas. Algumas serão porque seus contratos estão encerrando, como Filipe Luís, Rodrigo Caio, Everton Ribeiro e David Luiz. Bruno Henrique está na mesma situação, mas ainda interessa ao clube e pode renovar.

E há o Gabigol. Artilheiro, “jogador terminal na terminologia Titês” e ídolo da torcida, o atacante virou banco com Jorge Sampaoli e nunca foi um jogador dos sonhos para Tite, que quase nunca o aproveitou na Seleção Brasileira. E agora, como será?

O técnico tem a promessa da diretoria de que chegarão reforços de peso. Dinheiro não falta ao Flamengo, mas tem faltado algo que o treinador considera muito: organização. Pode dar certo? Claro que sim. Tite tem um currículo forte o suficiente para bancar mudanças que, certamente, não serão todas bem-vindas pela torcida. Mas o que conta mesmo, no fim das contas, é o resultado em campo.

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