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Organização da Olimpíada tenta atenuar boatos sobre cancelamento por coronavírus

Em uma declaração publicada nesta sexta-feira, os organizadores de Tóquio-2020 disseram que "não estão considerando um cancelamento

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Os organizadores dos Jogos de Tóquio estão tentando combater rumores de que a Olimpíada de 2020 pode ser cancelada ou adiada por causa da disseminação de um novo vírus. A cerimônia de abertura do evento está agendada para 24 de julho, em menos de seis meses.

Até o momento, o Japão não relatou mortes pelo coronavírus, mas mais de 200 pessoas faleceram na China. O Comitê Organizador da Olimpíada de Tóquio hesitou por vários dias para comentar sobre o assunto e o Comitê Olímpico Internacional (COI) também tem permanecido calado.

Em uma declaração publicada nesta sexta-feira, os organizadores de Tóquio-2020 disseram que “não estão considerando um cancelamento.” Eles afirmaram ainda que “medidas contra doenças infecciosas constituem uma parte importante de nossos planos para sediar Jogos seguros e protegidos.”

Os boatos de um cancelamento se espalharam no Japão com relatos de que o COI se reuniria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o surto, que foi classificado por ela como uma emergência global. Os rumores também se espalharam pela internet, com milhares de comentários no Twitter sob a hashtag em japonês “Olimpíada de Tóquio cancelada”.

O COI já enfrentou desafios desse tipo anteriormente. Edições dos Jogos deixaram de ser realizadas durante o período de guerras mundiais e os eventos de 1980 e 1984 sofreram boicote. A Olimpíada de Inverno de 2002 em Salt Lake City ocorreu apenas alguns meses após os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos. Já em 2016, no Rio, o Zika vírus, transmitido por mosquitos, era a principal preocupação.

O maior problema para a Olimpíada pode vir com eventos de qualificação na China e em outros lugares sendo cancelados ou adiados. As federações internacionais terão de remarcar competições e os atletas chineses podem encarar desafios extras na busca por suas vagas.

A World Athletics, o órgão gestor do atletismo, anunciou anteriormente o adiamento para o ano que vem do Mundial Indoor de Nanquim, que estava agendado para o período entre 13 e 15 de março.

Viagens certamente serão mais complicados se o surto continuar. Os 11 mil atletas esperados para competir na Olimpíada de Tóquio também pressionarão para que permaneçam seguros. Isso em um contexto de procura sem precedentes por ingressos, com a demanda sendo dez vezes maior do que a oferta.