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Paralimpíada: Seleção de basquete estreia com capixaba nesta quinta

Sob o comando do treinador Martoni Sampaio, a preparação do time feminino, medalha de bronze no Parapan 2015, vem confiante para a sua estreia

Jéssica descobriu no basquete não só uma oportunidade para tratamento fisioterápico, mas um talento incrível  Foto: Lu Moulin

O basquete em cadeira de rodas do Brasil estreia nesta quinta-feira (8) nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. A Argentina será o primeiro adversário da seleção feminina. A capixaba Jéssica Silva Santana, de 23 anos, marca presença na estreia que acontece às 12h15, na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro. 

Já a seleção masculina enfrenta uma pedreira logo de cara: a forte equipe dos Estados Unidos. As equipes se enfrentarão às 15h15, na Arena Olímpica do Rio. Nesta quarta (7), aconteceu a Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos.

Amistosos, intercâmbios e competições internacionais fizeram parte da preparação das seleções de basquete em cadeira de rodas, que encararam quatro fases de treinamento em 2016. Sob o comando do treinador Martoni Sampaio, a preparação do time feminino, medalha de bronze no Parapan 2015,  vem confiante para a sua estreia. Em maio, a seleção encarou as argentinas em quatro amistosos, vencendo todos eles. A equipe brasileira também enfrentou uma série de três amistosos contra as campeãs mundiais do Canadá, com saldo final de uma vitória e duas derrotas. O Brasil integra o Grupo A, que conta com Canadá, Alemanha, Grã-Bretanha e Argentina. O Grupo B é formado pelas seleções dos Estados Unidos, Holanda, França, China e Argélia. 

Sob o comando do treinador Tiago Frank, a seleção masculina faz sua estreia contra uma das equipes favoritas: os Estados Unidos. Na primeira fase, a equipe brasileira, que integra o Grupo B, enfrentará as seleções da Alemanha, Grã-Bretanha, Irã e Argélia. O Grupo A conta com Espanha, Austrália, Canadá, Turquia, Holanda e Japão. A seleção espanhola, que o Brasil enfrentará nos três amistosos, conquistou o quarto lugar no Campeonato Mundial 2014 e o 5º lugar nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012. 

O Brasil chega à Paralimpíada depois de uma série de bons resultados em amistosos contra importantes seleções estrangeiras, além de ter conquistado o tetracampeonato no Sul-Americano 2016. Este ano, o Brasil venceu três de quatro amistosos contra a Alemanha, medalha de bronze no Campeonato Europeu do ano passado, e três de quatro jogos contra o Canadá, atual campeão paralímpico. No Sul-Americano, o Brasil venceu Peru, Venezuela, Argentina, Colômbia e Uruguai.   

Mural e bandeira

Na terça-feira (6), foi inaugurado o mural com registros de atletas, em respeito à Trégua Olímpica e Paralímpica. A cerimônia contou com a presença de diversos paratletas que estão hospedados na Vila e que, a partir do dia 8 de setembro, competem nos Jogos Rio 2016. Muitos deles deixaram seus nomes no mural, um símbolo de paz e união dos Jogos. “Este mural tem o objetivo de ajudar a mudar o mundo para sempre”, disse Sir Philip.

O mural é parte da celebração da Trégua Olímpica e Paralímpica, inspirada em uma tradição criada para os Jogos Olímpicos da Antiguidade, segundo a qual as guerras eram suspensas para permitir a viagem dos atletas à cidade grega de Olímpia. Hoje, a trégua integra a agenda da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) a cada dois anos, intervindo pela paz e pelo esporte às vésperas de cada nova edição do maior evento esportivo do mundo.

A quarta também marcou a entrada oficial da delegação brasileira na Vila, com a cerimônia de hasteamento da bandeira nacional e a execução do hino nacional. Como o hino não prosseguiu até o final, respeitando o protocolo do Comitê Olímpico Internacional (COI), os atletas fizeram as vezes do sistema de som e continuaram à capela.

Bandeira hasteada e hino executado, aconteceu o mesmo que nas demais cerimônias: tudo se transformou em uma grande festa, com dançarinas, acrobatas e artistas em pernas de pau. Janeth Arcain, ex-jogadora de basquetebol e prefeita da Vila, deu as boas-vindas aos Paralímpicos brasileiros. 

Sobre o basquete em cadeira de rodas

A modalidade nasceu nos Estados Unidos, em 1945, sendo praticada por ex-soldados do exército norte-americano feridos durante a 2ª Guerra Mundial. É uma das poucas que esteve presente em todas as edições dos Jogos Paralímpicos. As mulheres disputaram a primeira Paralimpíada em Tel Aviv, no ano de 1968. O basquete em cadeira de rodas é praticado por atletas que tenham alguma deficiência físico-motora, sob as regras adaptadas da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). As cadeiras são adaptadas e padronizadas, conforme previsto em regra. As dimensões da quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico. 

*Com informações da Rio 2016.