O capixaba Eber Douglas Coelho Pereira, 36 anos, mais conhecido como Douglas Wolverine, marcou história no esporte ao conquistar o vice-campeonato carioca em uma das principais disputas de motovelocidade do Brasil, no início de dezembro, em Campos dos Goytacazes, sul do Estado do Rio de Janeiro.
A conquista foi um dos destaques do campeonato, pelo fato de o atleta ter começado há pouquíssimo tempo e ter se superado ao longo da disputa. “Na terceira etapa da disputa minha moto morreu na largada. Eu era o quarto no gride, mas todos me ultrapassaram. Consegui fazê-la pegar na quinta tentativa e cheguei em segundo lugar”, conta.
Wolverine descobriu o talento no esporte recentemente. “Ando de moto desde os meus 18 anos, mas só há um ano e meio tive a oportunidade de comprar uma moto esportiva, porque os veículos são muito caros. Recebi o convite de um amigo para fazer um curso de pilotagem, então a gente identificou um potencial e eu fui investindo nessa ideia. No ano passado, fui a uma prova só para conhecer um autódromo e acabei saindo de lá com o troféu de volta mais rápida. Percebi que era um dom que eu ainda não conhecia”.
No campeonato carioca, o capixaba subiu no pódio em todas as etapas da disputa, liderou o campeonato e conquistou a vice-liderança, mesmo sem experiência. “Concorri com pilotos muito experientes, porque uma característica da categoria são os atletas jovens, começam muito cedo. Além disso, minha moto de 2008 é considerada velha e eu entrei para o esporte no ano passado”, explica.
Mesmo estando um pouco atrás dos concorrentes, o capixaba não desistiu e se preparou em um tempo curto. Wolverine investiu na moto, no preparo físico e acreditou no próprio talento. “Está sendo bem bacana e inusitado, porque eu entrei nisso sem pretensão, foi muito inesperado estar liderando o campeonato,. Isso mostra que a gente deve acreditar. Eu sempre quis algo asism, mas nunca tive condições, essa situação me deu um novo olhar e expectativa de vida”, comemora.
Cenário capixaba
Além de todos os pontos que pesavam por estar um pouco atrás dos concorrentes, a falta de incentivo ao esporte no Espírito Santo, também fez falta para a preparação do atleta. “No Espirito Santo temos bons pilotos que inclusive são reconhecidos em outro estado, mas nós não temos um autódromo aqui, precisamos de investimento, porque somos poucos mas somos muito fortes”. Os únicos autódromos, são no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Repercussão
O exemplo de vitória e superação que o capixaba deixou no campeonato, repercutiu e promoveu mudanças na vida dele. Desde sua experiência, Wolverine ganhou quase 10 mil seguidores nas redes sociais e alguns patrocínios para continuar no esporte.
Sobre os planos, o piloto é otimista. “O campeonato me deu certa visibilidade e patrocínios. Nada que cubra todo o custo, mas estou tendo ajuda de custo, o que me ajuda a investir mais e voltar melhor ano que vem. Pretendo disputar o campeonato carioca novamente ou o mineiro”, garante.