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Polêmica sobre divisão de ingressos marca preparativos para clássico no Castelão

Mandante da partida, o clube alvinegro optou por ceder apenas 30% dos bilhetes aos torcedores do adversário, o que foi recebido com relativa indignação pela direção tricolor

Foto: Reprodução/Prefeitura do Ceará

Uma polêmica em torno da divisão dos ingressos do clássico entre Ceará e Fortaleza marcou os preparativos dos dois rivais, nos bastidores, para o confronto deste sábado, às 19 horas, válido pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mandante da partida, o clube alvinegro optou por ceder apenas 30% dos bilhetes aos torcedores do adversário, o que foi recebido com relativa indignação pela direção tricolor, pois habitualmente a carga de entradas é repartida de forma mais equilibrada nos confrontos entre os dois times na Arena Castelão.

Por meio de nota oficial divulgada no último dia 23, o Fortaleza acusou o Ceará de proceder de forma “exclusiva e unilateral” e de praticar “sua política de preços e divisão de público” sem esperar por um posicionamento da diretoria rival após os dirigentes alvinegros terem sido inicialmente consultados sobre o assunto. Para completar, prometeram agir da mesma forma em relação ao oponente quando o clube for mandante do clássico no returno do Brasileirão.

“Aqui, historicamente, os clássicos sempre tinham divisão do estádio com quase metade de torcida para cada lado, uma divisão mais igualitária. Como mandantes e com uma justificativa financeira, eles (dirigentes do Ceará) estão no direito deles, não infringiram o regulamento do campeonato. Não vou brigar por causa disso, mas a gente divulgou a nota para explicar para a nossa torcida que isso não ocorreu após um acordo com o Fortaleza. Eles têm o direito de fazer isso pelo regulamento, mas nós também faremos a mesma coisa na volta no segundo turno”, avisou Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, em entrevista ao Estado, na qual também esclareceu que não existe qualquer conflito entre as diretorias dos clubes ou um estremecimento na relação entre as partes por causa deste episódio.

“Eles nos procuraram perguntando o que a gente achava sobre essa divisão de 70% para a torcida do Ceará e 30% para a nossa, mas, como esse é um tema muito polêmico, não decidimos sobre isso em um primeiro momento e eles resolveram não aguardar a nossa resposta”, reforçou o dirigente, confirmando também que haverá dois camarotes no Castelão, com capacidade para 40 pessoas, que receberão torcedores dos dois clubes neste sábado. “Esse local com torcida mista é uma primeira iniciativa para mostrar que é possível ter uma parte do estádio em que se possa torcer ao lado de pessoas que torçam pelo rival”, pontuou.

Pelo lado do Ceará, o gerente de futebol Marcelo Segurado disse ao Estado que considerou essa divisão de torcida com mais espaço destinado aos seus torcedores foi uma “decisão administrativa acertada” do clube. E ele lembrou que em outras grandes cidades do Brasil, como São Paulo, Salvador e Goiânia, clássicos passaram a ser disputados com torcida única do time mandante, em medida adotada pelas autoridades na esteira dos frequentes episódios de violência ocorridos anteriormente nestas praças.

“Em outras capitais há torcida única e quando isso acontece há um fracasso do Estado (em sua segurança pública). Em relação a essa divisão dos ingressos foi uma atitude que o Ceará está tomando agora e tenho certeza de que o Fortaleza irá tomar também quando os dois times voltarem a se enfrentar neste Brasileirão. Mas, independentemente da proporção entre as torcidas no estádio, o que a gente pede é que possamos ter paz neste jogo e todo mundo possa voltar bem para casa após a partida”, enfatizou.