
Dorival Júnior é um bom técnico. É um estudioso, entende de futebol e tem bons trabalhos no futebol brasileiro. Mas nunca foi um técnico de Seleção Brasileira. Bom, pelo menos até ser contratado pela CBF em janeiro de 2024, como substituto de Fernando Diniz.
Prestigiado pelo título da Copa do Brasil de 2023 pelo São Paulo, Dorival foi uma escolha mais por falta de opção do que pelo peso do seu nome no futebol brasileiro. Pra dar certo, teria que fazer o melhor trabalho da sua vida e em tempo recorde! Não fez.
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Dorival fora da rodinha de jogadores
A cena de Dorival fora da roda dos jogadores antes da disputa de pênaltis contra o Uruguai na Copa América disputada nos EUA já mostrava que o técnico também não tinha peso suficiente entre os jogadores. E olha que nem estamos falando de uma geração super vitoriosa de jogadores pela Seleção Brasileira. Longe disso!
Dorival foi a escolha porque a CBF sonhou com Carlo Ancelotti, do Real Madrid. Apostou num “mandato tampão” de Fernando Diniz, que decepcionou. E ficou sem escolhas unânimes, dada a crise de identidade do futebol brasileiro e dos treinadores brasileiros nos últimos anos, vendo os gringos Jorge Jesus, Abel Ferreira, Luis Castro, Juan Pablo Vojvoda e, mais recentemente, Artur Jorge colecionando títulos por aqui.
Por que Dorival não vai à Copa?
Mas era quase óbvio que Dorival não seguiria no cargo até a Copa do Mundo de 2026. Por quê? Porque, pra isso, ele precisaria fazer a Seleção Brasileira jogar o que ainda não jogou desde a saída de Tite, após a Copa do Mundo de 2022.
O técnico assumiu a equipe em péssima colocação nas Eliminatórias, pressionada. Quase um bombeiro. Sua prioridade era botar o Brasil numa colocação melhor na classificação e isso, mesmo aos trancos e barrancos, ele conseguiu. A Seleção é a quarta colocada na tabela, faltando quatro jogos, e vai se classificar. Afinal, avançam diretamente para a Copa as seis primeiras colocadas, sendo que a sétima ainda tem chance na repescagem.
Mas, em momento nenhum, Dorival Júnior fez a Seleção voltar a se comportar como Seleção Brasileira. E, aqui, acho que nem é 100% culpa dele. Os jogadores também são culpados.
O próximo treinador da Seleção, seja quem for, vai precisar botar na cabeça dos jogadores que eles podem e devem fazer muito mais com a camisa amarelinha. Se bem que até a camisa amarelinha a CBF conseguiu estragar atualmente…
Quem é o substituto de Dorival Júnior na Seleção?
A CBF tem de novo a missão de corrigir o curso da Seleção Brasileira no ciclo até a Copa do Mundo de 2026. Vejamos algumas opções:
- Tite: recontratar o treinador das duas últimas Copas do Mundo é uma opção viável, já que Tite não precisaria de tempo para conhecer a estrutura da Seleção e os jogadores. Mas já decepcionou em duas Copas…
- Renato Gaúcho: tem “casca” para aguentar a pressão da mídia e da torcida e se conecta bem com o grupo de jogadores por onde passa. Inexperiente, no entanto, no comando de uma seleção nacional.
- Dunga: já foi surpresa no ciclo até a Copa de 2010, quando assumiu a Seleção Brasileira sem nunca ter treinado uma equipe sequer antes. Voltou em 2014 e ficou até 2016, sem repetir os bons resultados da primeira passagem.
- Filipe Luís: é a novidade no mercado de treinadores do futebol brasileiro. Conseguiu fazer o Flamengo voltar a jogar um futebol dominante, mas tem pouquíssimo tempo na profissão e seria mais uma incógnita.
- Rogério Ceni: um nome da nova geração, já com algum tempo de carreira, e com conhecimento do que é estar na Seleção Brasileira.
- Estrangeiros: Jorge Jesus e Carlo Ancelotti são os nomes preferidos da CBF. Mas a escolha por um treinador estrangeiro enfrenta resistência nos bastidores do futebol brasileiro. Abel Ferreira, do Palmeiras, não vive sua melhor fase e parece descartado.