Representante do Brasil ao lado da Ferroviária na Copa Libertadores Feminina, o Corinthians teve o seu jogo de estreia na competição adiado em razão dos protestos no Equador, país onde está sendo realizado o torneio. A decisão foi anunciada pela Conmebol na tarde deste sábado.
O Corinthians enfrentaria o Ñañas, time local, neste sábado, às 19 horas (de Brasília). As outras três partidas deste sábado que encerrariam a primeira rodada também foram adiadas. Já foram disputados quatro jogos na sexta-feira, entre eles o da Ferroviária, que massacrou o Mundo Futuro FC, da Bolívia, por 10 a 1.
A Conmebol decidiu adiar todas as partidas deste sábado após se reunir em Quito com a Federação Equatoriana de Futebol, a polícia do Equador e outras autoridades locais.
A entidade que rege o futebol sul-americano diz que “a prioridade é garantir a segurança das equipes e dos torcedores” e que, neste momento, “as autoridades locais não podem garantir as condições de segurança para a celebração dos jogos”. A Conmebol ainda comunicou que as partidas serão remarcadas após uma nova reunião com as autoridades locais.
A Copa Libertadores Feminina 2019 reúne 16 clubes. A Ferroviária, campeã do Campeonato Brasileiro Feminino, está na chave B, junto com Deportivo Cuenca (Equador), Estudiantes Caracas (Venezuela) e Mundo Futuro (Bolívia). O Corinthians, vice-campeão nacional, é o cabeça de chave do Grupo C, que tem ainda Club Ñañas (Equador), Libertad Limpeño (Paraguai) e América de Cali (Colômbia).
PROTESTOS – O Equador passa por protestos há mais de uma semana. O presidente Lenin Moreno chegou a decretar estado de exceção em todo o país no último dia 3 e anunciou a troca da sede do governo de Quito para Guayaquil. Na teoria, o estado de exceção nacional proíbe grandes concentrações como as proporcionadas pelo futebol.
As manifestações ocorrem em várias cidades e são motivadas pelo aumento de 123% no preço da gasolina. Nos últimos dias houve bloqueio de estradas em Quito e Guayaquil, as duas principais cidades do país. Até o momento, tentativas de diálogo foram falhas.
Na última quarta-feira, uma greve geral foi convocada por grupos indígenas e provocou o bloqueio de estradas, paralisações no transporte público e o fechamento do comércio em Quito e outras cidades do país. Por questões de segurança, o Corinthians não conseguiu treinar e realizou apenas atividade física no hotel. A Ferroviária e outros clubes também enfrentaram problemas.