Os impactos do coronavírus na economia chinesa se transformaram em dor de cabeça para os organizadores e as delegações participantes dos Jogos de Tóquio. Como a produção industrial da China despencou 13,5% nos dois primeiros meses (período do auge de disseminação do vírus no país) do ano em relação ao mesmo período de 2019, o temor é de que, mesmo com os sinais de retomada vindos dos asiáticos, a entrega de itens como materiais esportivos, placas de sinalização e uniformes de equipes seja afetada e possa sofrer atrasos.
O Comitê Olímpico do Brasil (COB), por exemplo, tem contrato com a marca chinesa Peak. A entidade garante que a fabricação do material esportivo está em produção e dentro do cronograma. Quando estiverem prontos, eles irão direto da China para o Japão. Mas essa paralisação de muitas fábricas na Ásia pode afetar gigantes do esporte como Nike e Adidas, que fornecem materiais, bolas, equipamentos e uniformes para muitas modalidades.
Procurada, a Adidas preferiu não comentar o assunto. Já a Nike não respondeu aos questionamentos até a publicação desta matéria. A empresa divulgou recentemente um comunicado explicando que suas lojas nos Estados Unidos, Canadá, Europa ocidental, Austrália e Nova Zelândia estão fechadas para evitar que o coronavírus se espalhe ainda mais. Já as bases no Japão, Coreia do Sul, muitos lugares da China e Brasil estão abertas.
As duas marcas esportivas já lançaram seus principais produtos para os Jogos Olímpicos e apostam na eficiência chinesa para ter o material pronto para estar em Tóquio. Mas toda a parada industrial na China causou apreensão para que a organização dos Jogos de Tóquio possa ser exemplar, como os japoneses esperam.