Uma das razões da boa campanha do Chile, que enfrenta na quarta-feira (3) o Peru por um lugar na final da Copa América, é a recuperação física e emocional do atacante Aléxis Sánchez. Depois de uma temporada ruim no Manchester United, no qual atuou em apenas 27 dos 53 jogos da equipe e fez só dois gols em toda a temporada por causa de seguidas lesões, o atacante está recuperando o bom futebol.
Obviamente ainda é cedo para decretar a ressurreição do chileno que vem atuando nas partidas da seleção, mas ele vem dando sinais de ter superado os perrengues de 2018/2019.
Na Copa América, ele já anotou dois gols – igualando a marca do ano todo em apenas quatro jogos -, deu uma assistência e vem sendo importante para a equipe. A recuperação vem sendo comemorada pelo técnico Reinado Rueda. “O tratamento funcionou bem, mas acredito que Sánchez se sentiu muito bem acolhido pela seleção, e isso também ajudou na recuperação”, disse o treinador.
Parte do otimismo é compreensível. Sánchez foi um dos grandes nomes do bicampeonato do torneio continental, em 2015 e 2016 – nesta edição, foram convocados 11 remanescentes. A volta das boas atuações de Sánchez é vista como um sinal de que o tri é possível no Brasil. Se chegar ao tricampeonato, o Chile será apenas a segunda seleção com três conquistas seguidas de Copa América, repetindo o feito da Argentina em 1945, 1946 e 1947.
Vale lembrar que ambas as finais que o time conquistou (no Chile e nos Estados Unidos) foram contra a Argentina e vieram após decisões nos pênaltis.
Um mês atrás, sua participação no torneio estava em dúvida. Uma torção no tornozelo direito havia sido mais uma da longa lista que o impediu de brigar para ser titular no sexto colocado do Campeonato Inglês. Antes dela, sofreu com uma entorse no joelho direito. Ele não esteve nos amistosos contra Estados Unidos e México, as duas únicas partidas do Chile em 2019 até então.
Após a convocação, o jogador fez um trabalho especial para se recuperar. Rueda decidiu vetar sua participação no amistoso diante do Haiti, em La Serena, para fazer um tratamento em Santiago. Fez reequilíbrio muscular e recuperação física.
Sánchez ainda não conseguiu reviver os três bons anos no Barcelona e que foi alvo de uma disputa entre os times de Manchester quando decidiu sair. O United pagou ao Arsenal 30 milhões de libras (cerca de R$ 133 milhões) e ainda enviou o meia armênio Henrikh Mkhitaryan.
Pelo contrato de cinco anos, ele colocará no bolso 118,3 milhões de libras (cerca de R$ 527 milhões). Em 2018, foi o jogador mais bem pago do Inglês. Aos 30 anos, ele não foi protagonista sob comando de José Mourinho nem do sucessor, Ole Gunnar Solskjaer, por causa dos problemas físicos.