Embora almejem objetivos expressivos neste segundo semestre, como por exemplo a conquista de uma vaga na Copa Sul-Americana por meio de uma boa posição ao final de suas campanhas no Campeonato Brasileiro, Fortaleza e Ceará reconhecem que a continuidade na elite nacional para 2020 é a principal missão a ser cumprida na temporada.
“Desde o início do ano, sempre coloquei que o nosso maior objetivo é que a gente permaneça na Série A para 2020. Conquistando isso, estaremos muito satisfeitos na temporada, levando em consideração também o fato de que já conquistamos dois títulos neste ano (Campeonato Cearense e a Copa do Nordeste). Claro que a diferença entre o primeiro time que fica na Série A (o 16º colocado) e o último que classifica para a Copa Sul-Americana (12º do Brasileiro) geralmente é muito pequena, de três a quatro pontos entre um e outro, e quem sabe possa vir algo neste sentido (ir ao torneio continental). Mas, de verdade, permanecer na Série A já pode ser considerado um objetivo alcançado”, afirmou Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, em entrevista ao Estado.
O gerente de futebol do Ceará, Marcelo Segurado, seguiu a mesma linha de discurso do dirigente rival ao ser questionado pela reportagem sobre as pretensões do clube para a segunda metade deste ano. “A permanência na elite é, com certeza, uma coisa que tem de ser celebrada sim. Não que a gente não possa pensar em coisas maiores, mas com certeza o nosso principal objetivo é que a gente tenha uma longevidade maior na Série A, de quatro, cinco, seis anos, para se consolidar cada vez mais no futebol brasileiro”, projetou.
Curiosamente, os dois principais clubes cearenses vão se reencontrar em um jogo da primeira divisão nacional após 26 anos justamente enquanto desempenham campanhas muito parecidas na tabela do Brasileirão. Os times estão com 14 pontos, sendo que o Ceará ocupa o 13º lugar e o Fortaleza é o 14º pelos critérios de desempate. E os dirigentes dos dois clubes admitem que um triunfo no clássico tem um importante peso emocional para a continuidade do torneio, mas enfatizam que o duelo não pode ser considerado primordial para o sucesso das equipes no torneio.
“É um jogo do Campeonato Brasileiro, que vale três pontos como qualquer outro jogo, mas este jogo é diferente, pois é uma questão da rivalidade regional. A vitória em um clássico é boa para a autoestima, que aumenta, e isso é importante para o restante da competição”, analisou Marcelo Segurado.
Marcelo Paz, por sua vez, ponderou: “Este é um jogo muito importante, muito simbólico, que vale mais sim do que os três pontos, pois tem uma rivalidade em jogo, mas quem ganhar não vai resolver o ano e quem perder não vai acabar com o seu ano. E ao mesmo tempo quem ganhar não vai levar mais do que três pontos. No ponto de vista da emoção, do momento, é uma vitória que tem um valor maior, mas não pode ser considerada como determinante para a campanha do ano”.
Em quatro duelos no ano com o Ceará, o time comandado por Rogério Ceni acumulou duas vitórias e dois empates, mas rejeita assumir favoritismo por causa do retrospecto, assim como o seu rival não se vê em vantagem como mandante do clássico. “Não, de forma alguma, não tem favorito. Em clássico não existe favorito”, disse Paz após ser indagado se o seu clube sai na frente do rival no confronto. “Não cabe apontar um favorito em um jogo deste, em um clássico com tanta tradição”, reforçou Segurado.