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Rússia reencontra seu orgulho com vitória nos pênaltis sobre Espanha

Torcedores pintaram rosto de branco, azul e vermelho e também foram fundamentais na classificação às quartas de final da Copa do Mundo

Rússia reencontra seu orgulho com vitória nos pênaltis sobre Espanha
Foto: Clive Rose/Getty Images

O domingo (1º) já teria sido maravilhoso no Estádio Luzhniki. Com um futebol defensivo e de sua força mais característica, o povo russo teve renovado o orgulho branco, azul e vermelho com uma festa para entrar para a história das Copas do Mundo. Mas, como se não bastasse, o time local ainda venceu a Espanha nos pênaltis por 4 a 3 (depois de 1 a 1 no tempo 

A Rússia vai enfrentar o vencedor de Croácia x Dinamarca, que ainda se enfrentam neste domingo. A partida das quartas de final acontece só no sábado, no Estádio Olímpico de Sochi.

Fechada para o resto do mundo até bem pouco tempo, a Copa da Rússia não é por mais escolas e hospitais. A briga deles ainda se dá em questões principalmente da política internacional. Bem por isso, resgatar um orgulho perdido na história era o desfio e será a marca desse Mundial. Desde os Jogos Olímpicos de Moscou 1980, os russos não sabiam o que era gritar a plenos pulmões em um estádio.

Mais do que a festa incontrolável que avançará madrugada adentro pelo bom papel na Copa do Mundo, sair na rua, se divertir com os amigos, tirar fotos com a família em pontos turísticos, pintar o rosto com as cores da bandeira, falar alto… Pelo sim, pelo não, tudo isso foi perdido por gerações e gerações e agora, pelo menos até 15 de julho, foi reencontrado.

Apesar do futebol mais refinado, com a bola tocada de pé em pé, até irritante para muitos, as coisas não seriam fáceis para o time que caiu nas mãos de Fernando Hierro. Coube ao ex-diretor esportivo Fernando Hierro inclusive barrar um dos expoentes do tiki-taka e deixar Andreas Iniesta no banco. Mas La Roja tem nos pés do jovem Isco a garantia da renovação. O gol, no entanto, veio de uma jogada confusa entre Sergio Ramos e Sergey Ignashevic, que acabou tocando para o próprio gol em cobrança de escanteio, aos 12 minutos.

O que poderia silenciar o estádio deu ainda mais motivos para os russos apoiarem ao máximo sua seleção. Os torcedores sabiam que seus jogadores não tinham a mesma qualidade encontrada do lado adversário, mas não raro a vontade equilibra as coisas. O técnico Stanislav Cherchesov, um mago da motivação, capaz de propor o velho “nós contra eles” de Luiz Felipe Scolari, soube muito bem tirar o máximo de seus atletas. Tanto que o gol saiu aos 41 minutos em cobrança de pênalti do artilheiro Artem Dzyuba.

Com o avançar do relógio, os russos perceberam que era possível fazer mais do que um bom papel e até levar a vitória. Na defesa, o time soube segurar a pressão de tantos craque e, no ataque, conseguia atrapalhar a vida do goleiro De Gea. Os minutos finais foram os da eterna dúvida entre segurar o resultado e jogar tudo na prorrogação e nos pênaltis ou buscar o gol da vitória. De todo modo, um golzinho mais e o estádio viria ao chão, mas o povo bravo povo russo foi premiado com mais meia hora de futebol – os que não gostam do futebol de posse de bola dos espanhóis podem bem dizer que foram “torturados”. A partir daí, os russos abdicaram do ataque e já comemoravam como gol cada chance defendida.

As informações são do R7