Hugo Parisi, referência no salto ornamental no Brasil, encerrou nesta segunda-feira a disputa de sua quarta e última Olimpíada. Na final do salto sincronizado em plataforma de 10m, no Centro Aquático Maria Lenk, ele e Jackson Rondinelli ficaram em oitavo e último lugar – os chineses Aisen Chen e Yue Lin ganharam a medalha de ouro, seguidos dos americanos David Boudia e Steele Johnson com a prata e os britânicos Thomas Daley e Daniel Goodfellow com o bronze. “Parece uma péssima colocação, mas foi uma das melhores pontuações já conquistadas pelo Brasil em Olimpíada”, disse Parisi, que recém completou 32 anos.
“Devo continuar saltando por mais um ano ou pouco mais, depende do nível da qualidade dos meus saltos”, completou o atleta brasiliense, que se iniciou no esporte ainda menino incentivado pelos pais, deslumbrados com a beleza da modalidade. Era uma época em que o salto ornamental era completamente desconhecido no Brasil, o que o tornou um dos pioneiros.
“Sempre busquei a excelência nos resultados, planejando participar de três olimpíadas”, conta Parisi, que encerraria a carreira em Londres-2012. “Mas, com a escolha do Rio para sediar os jogos de 2016, resolvi estender um pouco mais e competir em meu País.”
Disposto a se tornar dirigente após abandonar as piscinas – já é proprietário de uma empresa de marketing esportivo -, Parisi acredita que o esporte do Brasil necessita de pelo menos mais 30 anos de trabalho na modalidade para atingir um nível que o permita conquistar medalhas.
“Atualmente, apenas Brasília investe em salto ornamental e de lá deverá sair os atletas da Olimpíada de 2024”, observa o atleta, que aponta a diferença técnica que separa o Brasil das grandes potências. “O grau de dificuldade dos saltos de chineses e americanos é muito maior que o nosso. É uma lição assistir aos saltos deles.
Enquanto nós damos três voltas e meia para frente, eles dão quatro. Precisamos ainda treinar muito.”
Hugo Parisi tem em seu colega na Olimpíada do Rio um grande seguidor. Aos 22 anos (“tenho de idade o que Hugo tem de carreira”, brinca), Jackson Rondinelli deverá ser o grande nome nacional em Tóquio-2020 e, para isso, conta que seguiu atentamente os passos do colega. “Ele transmite tranquilidade e atenção, qualidades essenciais para se conseguir bons resultados – além, é claro, de muito treino”, conta o rapaz, que inicia sua trajetória olímpica em uma situação superior à que marcou o começo de Parisi. “Temos que honrar o que ele conquistou.”