A vitória e a classificação da França diante do Uruguai colocam pressão em cima da seleção brasileira, que, às 15h (horário de Brasília) desta sexta-feira (6), enfrentará a Bélgica pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2018.
Isto porque, caso passe pelos belgas, o Brasil vai encarar uma longa freguesia contra o antigo carrasco: nos quatro jogos disputados entre as duas seleções em Copas do Mundo, foram duas vitórias francesas, uma vitória brasileira e um empate seguido de triunfo dos europeus, nos pênaltis, em 1986.
Retrospecto
O primeiro foi em 1958: nas semifinais do Mundial, o Brasil de Pelé e Garrincha e a França de Fontaine chegavam em ótima fase ao jogo, no Estádio Rasunda, na Suécia. Com gols de Vavá, Didi e Pelé (três vezes), os brasileiros venceram por 5 a 2; o placar foi repetido contra a anfitriã Suécia na final, que deu à seleção canarinho o primeiro título de Copa.
A segunda partida foi 28 anos depois, na Copa de 1986: pelas quartas, Careca e Platini marcaram os gols do empate por 1 a 1. O jogo foi para os pênaltis e, por 4 a 3, a França conseguiu a classificação e eliminou o Brasil. Os craques Zico e Sócrates ficaram negativamente marcados pela perda de penalidades: o primeiro perdeu no tempo normal e, o segundo, na disputa de penais.
Em 1998 ocorreu o mais emblemático dos confrontos. Atual campeã do mundo, a seleção brasileira chegava à final para encarar a França, que sediava a competição. Os times tiveram ótimas campanhas, e se esperava um jogo disputado no Stade de France, em Paris. O que se viu, porém, foi um show dos donos da casa, que marcaram com Zidane (duas vezes) e Petit, ganhando por 3 a 0 e faturando o primeiro e único título mundial de sua história.
O último dos quatro embates em Copas foi em 2006, nas quartas. Mais uma vez, a seleção brasileira vinha embalada de um título mundial. Apesar de certo favoritismo, o time de Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho viu Zidane e companhia darem show em Frankfurt. Os franceses venceram com gol de Henry e foram até a final, perdida nos pênaltis para a Itália, que se sagrou tetracampeã.
Tabu existe em outras competições
Não é somente na Copa do Mundo que a seleção brasileira sofre diante da França. As duas equipes já se enfrentaram duas vezes em outros campeonatos.
Primeiro, na final das Olimpíadas de 1984, quando a geração de Dunga, Milton Cruz, Mauro Galvão e Gilmar Rinaldi foi derrotada por 2 a 0. Os gols foram marcados por Brisson e Xuereb.
O outro confronto foi em 2001, pelas semifinais da Copa das Confederações de 2001. Pires e Desailly balançaram as redes na vitória por 2 a 1; o Brasil descontou com Ramon. Na final contra o Japão, Vieira fez o único gol do jogo e a França foi campeã daquele torneio.
França Vs. sul-americanos: carrasco de 40 anos
Outro tabu que o Brasil terá de superar, caso passe pela Bélgica, é das atuações recentes de sul-americanos contra franceses em Copas do Mundo.
A última derrota da França para uma seleção da América do Sul em uma edição de Mundial foi em 1978, quando a Argentina saiu com a vitória por 2 a 1 pela fase de grupos.
Desde então, foram dez jogos entre franceses e sul-americanos por Copas do Mundo. A França saiu com a vitória em seis oportunidades e empatou as outras quatro. Destes quatro empates, o único válido por um mata-mata foi justamente contra o Brasil, nas quartas de final de 1986.
Se no retrospecto em Copas e outras competições o Brasil encontra longos tabus, ao menos nos confrotos recentes o time de Tite pode se apegar.
Nos últimos cinco anos, brasileiros e franceses se enfrentaram duas vezes: em 2013 e 2015.
Há cinco anos, em Porto Alegre, o Brasil recebeu a França em Porto Alegre e venceu por 3 a 0, com gols marcados por Oscar, Hernanes e Lucas.
Em 2015, no Stade de France, em Paris, a seleção brasileira ganhou por 3 a 1. Oscar, Neymar e Luiz Gustavo fizeram os gols da vitória; Varane descontou para a França.
Do confronto de três anos atrás, jogadores como Neymar, Thiago Silva, Marcelo, Roberto Firmino, Miranda, Danilo, Filipe Luís, Douglas Costa e Fernandinho estão no elenco de Tite para o Mundial de 2018.
Pelo lado francês, Varane, Griezmann, Mandanda, Giroud e Matuidi também foram para a Rússia.