Seis capixabas estão na disputa de medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos em Lima, no Peru. A abertura oficial acontece nesta sexta-feira (26). O evento, considerado um dos mais importantes do mundo, vai reunir mais de 6,6 mil atletas de 41 países, de julho a agosto.
Entre os representantes está o velocista Paulo André Camilo, dono da primeira colocação no ranking brasileiro dos 100m rasos com 10s02, a segunda maior da história no País – atrás apenas de Robson Caetano, que tem 10s – e atualmente o quinto melhor tempo no mundo.
Repleto de medalhas em casa, especialmente a de campeão mundial no revezamento 4x100m rasos este ano, ele garante que nunca entrou na pista de corrida sozinho. Seu pai, Carlos Camilo, sempre esteve por perto. Ele é ex-atleta e treinador do jovem de 21 anos.
“Eu amadureci como atleta, ele amadureceu como treinador e hoje em dia a gente se dá muito bem. Eu olho para ele na pista ou até mesmo fora dela, eu olho para ele e já sei o que ele quer, ele olha para mim e já sabe esse ‘feeling’ de pai, né? Como estou me sentindo, se estou cansado… Ele olha para mim e já sabe”, afirma Paulo André Camilo, que nasceu em Santo André (SP) mas desde bebê mora em Vila Velha.
Carlos Camilo é formado em Educação Física, mas a bagagem adquirida para o atletismo veio das pistas. “Na década de 80 eu comecei a correr no Exército e os técnicos viram que eu tinha futuro. E aí fui treinando, fui para o Vasco, me formei e comecei a correr Sul-Americano, viajei quase o mundo todo”, recorda o treinador.
Antes de se aventurar nas pistas, Paulo André Camilo tinha outra paixão no esporte. “Como em todo o Brasil, era uma criança que queria ser jogador de futebol. Mesmo no futebol, eu percebia que tinha algo diferente em relação à velocidade”, afirmou.
O pai deu conselhos valiosos para que o jovem repensasse. “O apelido dele no futebol era McLaren. ‘Vai, McLaren! Vai McLaren! E eu só observando. Daí teve uma competição escolar e perguntei a ele se queria correr, ele disse ‘vamos lá’. De tênis! Nunca treinou na vida! Ele ganhou e eu disse: ‘Aqui você vai ser o cara, lá vai ser só mais um'”.
Paulo André Camilo começou a aparecer aos 15 anos, quando participava de um projeto que oferece esporte gratuito para crianças e adolescentes e fez boas marcas na prova dos 100m rasos. Um ano depois, o talento dele foi revelado ao mundo após a primeira conquista nacional.
“Me lembro como se fosse ontem, era uma prova de 200m rasos. Tem um gosto especial sim e foi um divisor de águas, o primeiro passo”, acredita o garoto.
Paulo André Camilo e seu pai embarcam para Lima, no Peru, dia 1º de agosto, para disputar os Jogos Pan-Americanos.
Referência na ginástica rítmica
A ginasta capixaba Natália Gaudio, que representou o Brasil na modalidade individual durante a Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, já disputou o Pan em Guadalajara (2011) e Toronto (2015).
“Apesar de ser minha terceira participação em Jogos Pan-Americanos, é a primeira vez que estou me sentindo pronta. Dessa vez estou indo com a Monika (Queiroz, treinadora). Das outras vezes fui com outra técnica. Então, isso faz toda diferença para mim. Com ela do meu lado, me sinto muito mais segura”, frisou a ginasta capixaba.
Há 18 anos, Monika Queiroz acompanha Natália Gaudio. “Tenho que passar muita confiança para ela, estamos trabalhando principalmente o lado emocional para que seja um fator de concretização de um sonho”, disse a técnica.
Para trazer o ouro na bagagem, a preparação de Natália Gaudio foi intensificada nos últimos 20 dias, indo muito além das atividades em Vitória. “Faço balé, faço preparação física, e a parte técnica, que é a repetição de coreografia, dura mais tempo para chegar à perfeição”, explica a atleta.
Outros capixabas
Além de Natália Gaudio e Paulo André Camilo, competem no Pan de Lima os atletas João Luiz Gomes Júnior (natação), Vangelys Reinke (remo), Vinícius Teixeira (handebol) e Déborah Medrado (ginástica rítmica).
“Nós vamos embarcar neste sábado (27) para Lima e esperamos dar nosso melhor nessa competição, pois estamos treinando muito. Está sendo um sonho essa convocação para representar o Brasil”, revela Débora Medrado.
Experiente, o nadador João Luiz Gomes Júnior fará sua estreia: “É meu primeiro Pan, então, estou super feliz e contente em poder participar dessa competição. Minhas expectativas são as melhores possíveis, de levar o Brasil ao lugar mais alto do pódio, buscar medalhas, acho que é uma das poucas que faltam no meu currículo”.
*Com informações da repórter Renata Zacaroni, da TV Vitória/Record TV