Momentos após agredir a assistente de arbitragem Marcielly Netto, o técnico Rafael Soriano, demitido da Desportiva Ferroviária, concedeu entrevista à TV Educativa, do Governo do Espírito Santo, que transmitia a partida, e negou a agressão, afirmando que iria à delegacia com a assistente para comprovar a sua inocência.
“Se você disser que eu te agredi, a gente vai para a delegacia. A gente vai fazer corpo de delito. Se não, eu vou te processar. Ela está dizendo que eu agredi. Mentira. Está se usando porque é mulher. Está querendo aproveitar de uma situação porque é mulher. Ela empurrou os jogadores e agora ela quer dizer que foi agredida”, declarou.
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O caso aconteceu neste domingo (10), durante o intervalo da partida entre Nova Venécia e Desportiva pelas quartas de finais do Capixabão. Membros da comissão técnica e alguns atletas do banco da Desportiva invadiram o campo para reclamar com a arbitragem.
Bem exaltado, o treinador Rafael Soriano reclamou com o árbitro principal da partida, Arthur Gomes Rabelo, e com a assistente, quando começaram a discutir. Após o bate-boca, Soriano fez um movimento de dar cabeçada uma em Marcielly. O treinador foi expulso após a agressão.
A Federação de Futebol do Espírito Santo (FES) repudiou a atitude do técnico contra Marcielly. Após o caso e a eliminação da Desportiva do Campeonato Capixaba 2022, o treinador foi demitido do cargo.
Justiça Desportiva do ES suspende Soriano
Após o caso, o técnico Rafael Soriano foi suspenso preventivamente do futebol capixaba. A decisão foi publicada pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Espírito Santo (TJD-ES) ainda na noite de domingo.
O agora ex-treinador da Desportiva Ferroviária ficará afastado preventivamente por 30 dias das atividades. Segundo a ordem, deferida pelo presidente do TJD-ES Eduardo Salles Ramos, o prazo é considerado suficiente para a instauração e julgamento do competente processo disciplinar. Caso seja punido em todas as instâncias, Soriano pode ser suspenso até por 180 dias.
Ainda segundo o documento emitido pela Procuradoria Geral de Justiça Desportiva, “a súmula e relatório da partida não se mostram imprescindíveis para a análise do pedido formulado, pois os elementos ora trazidos mostram de forma clara – e na íntegra – toda a sequencia de fatos que ensejaram o presente”.
Soriano foi enquadrado no artigo 35 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), onde é definido que a suspensão preventiva poderá ser acatada “quando a gravidade do ato ou fato infracional a justifique, ou em hipóteses de excepcional e fundamentada necessidade, desde que requerida pela Procuradoria, mediante despacho fundamentado do Presidente do Tribunal, ou quando expressamente determinado por lei ou pelo Código”.