O Rio Branco está voltando para casa em definitivo. Após retornar com sua sede administrativa para Jucutuquara, o clube agora vai levar seus treinos para o tradicional bairro de Vitória. E o local não poderia ser melhor: o histórico estádio Governador Bley.
O novo centro de treinamento será utilizado pelo time a partir do dia 2 de janeiro, quando o elenco se apresenta para a pré-temporada visando o Capixabão. A utilização do Bley faz parte de uma parceria firmada entre a diretoria alvinegra e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), atual dono do espaço.
Além do campo, que já está sendo preparado para receber os treinos, o CT Governador Bley conta com vestiários, academia, piscina e um ambiente tranquilo para o dia a dia dos atletas. A logística também é um dos grandes atrativos do centro de treinamento, que fica numa área valorizada da capital e a poucos metros da sede administrativa do Rio Branco.
Na semana que antecede a estreia no Estadual, diante do Rio Branco de Venda Nova, no dia 2 de fevereiro, o elenco capa-preta embarca para Domingos Martins, onde ficará treinando por uma semana no CT do Hotel Fazenda China Park.
História
O estádio Governador Bley está na história do Rio Branco. Ele foi construído pelo clube em 1936, sendo, na época, o terceiro maior estádio do País, atrás apenas do São Januário, do Vasco, e do Estádio das Laranjeiras, do Fluminense.
No Bley, o Capa-preta viveu momentos históricos e conquistou dezenas de títulos. Foi através dele, também, que o clube tornou-se um símbolo de Jucutuquara, bairro que acabou virando reduto de torcedores do Brancão.
A construção do estádio foi um marco na história do desenvolvimento da capital, tanto que na época a imprensa noticiou que os hotéis da cidade estavam quase todos lotados para a inauguração. “É quase inacreditável que estejamos a poucas horas de vermos o maior sonho do mundo esportivo capixaba. Dentro de 24 horas, Vitória terá um estádio!”, escreveu o jornal Diário da Manhã na véspera da abertura.
A primeira partida oficial no Bley foi realizada no dia 31 de maio de 1936, quando a torcida capa-preta lotou todas as dependências para assistir ao jogo entre Rio Branco e Fluminense.
Foi lá, ainda, que o Rio Branco ganhou o apelido “Capa-preta”. Tudo porque um torcedor fanático chamado Lafayette Cardoso saia à cavalo todos os dias da zona rural de Cariacica para acompanhar aos jogos no Bley. Para se proteger da poeira, ele usava uma capa preta, além de um chapéu bem característico. Mas, ao invés de ir para a arquibancada, Lafayette assistia às partidas do alto de um morro – hoje chamado de Morro do Rio Branco. De lá, ele comemorava os gols e chamava a atenção da torcida, que aos poucos foi chamando o torcedor de “Cavaleiro Capa-preta”. O nome acabou virando sinônimo dos torcedores e do próprio clube.
O estádio foi vendido em 1972, na gestão do então presidente Kleber Andrade, responsável por idealizar e começar a construir o estádio em Cariacica, onde a equipe manda seus jogos até hoje.