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Wlamir Marques entra para o Hall da Fama do Basquete

"É quase uma comemoração póstuma", brinca Wlamir, 85 anos, um dos maiores nomes da história do basquete brasileiro

Wlamir Marques, um dos maiores nomes da história do basquete brasileiro, se tornou integrante do Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (Fiba). Aos 85 anos, o ex-jogador, conhecido pelo apelido “Diabo Loiro”, recebeu orientações médicas para não ir à cerimônia em sua homenagem, realizada em Manila, nas Filipinas, uma das sedes da Copa do Mundo de Basquete, ao lado de Indonésia e Japão. O Mundial começa na sexta-feira (25).

Veja o vídeo da homenagem a Wlamir Marques

Wlamir foi representado presencialmente por Carlos Fontenelle, secretário geral da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), e Fábio Deschamps, presidente da Federação Catarinense.

Ter o icônico ala no Hall era um objetivo antigo da CBB, que começou a conversar com a Fiba sobre a possibilidade em 2019. A decisão de incluí-lo só veio em maio deste ano. Embora não tenha comparecido ao evento, o homenageado enviou um vídeo que foi exibido em um telão.

“Eu agradeço demais à CBB. É quase uma comemoração póstuma da FIBA. Estão fazendo 50 anos que parei de jogar”, brincou o Diabo Loiro.

“Mas fiquei muito emocionado. Me ligaram da Suíça na última semana. É uma emoção que me faltava. Tenho o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil, fora as outras homenagens. E essa é muito importante. O tempo vai passando e vão esquecendo. Voltaram para trás, porque já estão premiando a partir de 2000. O presidente Guy Peixoto foi uma pessoa muito importante. O Marcelo Sousa. Antes mesmo de eles assumirem à gestão. O esforço que eles fizeram foi sobre-humano. Já consideravam que eu não tinha direito pelo tempo passado. O Brito Cunha já tinha sugerido, o Grego. Não levaram para frente”, completou.

Presidente da CBB, Guy Peixoto Jr também falou sobre a homenagem e exaltou o legado deixado pelo ídolo do basquete brasileiro. “Foi um gênio nas quadras, é um cara que merecia demais essa homenagem. E foi uma promessa de honra que fizemos para ele, dessa gestão, que nós não iríamos sossegar enquanto o Wlamir não fosse induzido ao Hall da Fama da FIBA. Desde 2019, reunimos todas as documentações, fizemos inúmeras solicitações para a FIBA e conseguimos desde vez que ele esteja na turma de 2023, que será homenageada em Manila, nas Filipinas, durante a Copa do Mundo. Wlamir é um mestre e estamos todos muito felizes com esse reconhecimento”, disse.

Bicampeão mundial com a seleção brasileira

Foto: Divulgação/CBB

Wlamir foi campeão mundial no Chile, em 1959, e bicampeão mundial em 1963, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. A homenagem vem no ano em que a conquista completa 60 anos. Ele também foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Roma-1960 e Tóquio-1964, e foi tetracampeão sul-americano.

Em clubes, viveu seus anos dourados com as camisas de XV de Piracicaba e Corinthians. Passou dez anos defendendo a equipe corintiana, de 1962 a 1972, e hoje dá nome ao Ginásio Poliesportivo do clube, onde os times de basquete e futsal alvinegros mandam seus jogos.