O Brasil registrou um recorde no abate de bovinos em 2024, alcançando 39,7 milhões de cabeças — um crescimento de 15,2% em relação a 2023, o que representa 5,17 milhões de animais a mais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Abate de bovinos registra alta de 15,2%
Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo crescimento no abate de fêmeas, que chegou a 16,9 milhões de cabeças, um salto de 19% em comparação ao ano anterior. Esse movimento está relacionado à fase de baixa do ciclo pecuário, marcada por fatores como seca e queda nos preços dos bezerros, o que levou muitos pecuaristas a optarem pelo abate das fêmeas.
A expectativa do setor é que o mercado se reequilibre em 2025. Com o forte abate de fêmeas registrado no último ano, a oferta de bezerros deve diminuir, resultando em uma valorização dos preços e, consequentemente, na retenção de matrizes para reposição do rebanho.
A expectativa do mercado é que tudo volte ao equilíbrio neste ano de 2025, já que devido ao forte abate de fêmeas, terão menos ofertas de bezerros, com isso os preços sobem e tem uma retenção de fêmeas para produzir esses bovinos.
Nesse contexto, a raça Nelore teve papel fundamental no recorde de abates e na produção de carne bovina no país. De acordo com o livro “ACNB, 70 anos a serviço da raça Nelore”, 80% do rebanho de corte brasileiro é composto por animais de sangue Nelore, incluindo Puros de Origem (PO), de CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção) e os chamados comerciais e anelorados.
A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) tem trabalhado há sete décadas para fomentar o melhoramento genético da raça. Um exemplo desse compromisso é o Circuito Nelore de Qualidade, maior campeonato de avaliação de carcaças bovinas do mundo, cuja origem remonta a 1999.
Em 2024, ano analisado pelo IBGE, o circuito avaliou mais de 33 mil animais abatidos no Brasil, envolvendo mais de 300 pecuaristas em 31 etapas. Entre os machos, o peso médio registrado foi de 21,5 arrobas, enquanto as fêmeas apresentaram média de 16 arrobas.
“O Nelore é a raça mais representativa do nosso rebanho, liderando a pecuária nacional. É gratificante ver o setor alcançar novos recordes e saber que a raça Nelore tem um papel central nessa trajetória”, destaca Victor Paulo Silva Miranda, presidente da ACNB.
Realizado pela ACNB em parceria com diversas instituições, o Circuito Nelore de Qualidade contribui para a evolução genética da raça e seu fortalecimento como produtora de carne de excelência. A edição de 2025 ainda não começou no Brasil, mas já teve início no exterior: em fevereiro, 480 animais foram avaliados na Bolívia.
A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) – cuja história é contada na obra citada, lançada em dezembro de 2024 e disponível gratuitamente aqui – trabalha há sete décadas para fomentar a raça e seu melhoramento genético, o que se reflete não apenas em mais proteína bovina disponível, mas em carne de qualidade cada vez mais superior. Prova disso é a realização anual do Circuito Nelore de Qualidade, cuja origem remonta a 1999.
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