Desde 2008, o produtor rural Sávio Torezani, em Pinheiros, no norte do Espírito Santo, busca alternativas para diversificar sua produção agrícola. Inicialmente dedicado ao cultivo de mamão e café em consórcio, ele exerceu na pimenta-do-reino uma nova oportunidade. No entanto, a colheita da especiaria apresentou desafios importantes, especialmente a escassez de mão de obra.
As lonas auxiliam na colheita das especiarias que caem
“Quando a pimenta começa a amadurecer, muitos cachos caem no chão, e os colhedores priorizam os frutos que ainda estão nas plantas. Isso gera perdas invisíveis para o produtor”, explica Sávio. Estima-se que entre 300 e 400 gramas de pimenta por planta se percam durante a colheita, representando um prejuízo. Para enfrentar essas dificuldades, Sávio desenvolveu uma tecnologia inovadora: a instalação de lonas de ráfia no solo. A técnica cobre 45 dos 141 hectares cultivados nas fazendas Taquete, Duas Barras, São Rafael e Boa Vista. As lonas não apenas ajudam a colher os frutos que caem, mas também oferecem benefícios. “As lonas criam um microclima que retém mais umidade no solo, diminui a evaporação e o crescimento de ervas orgânicas. Isso diminui a necessidade de herbicidas e capinas manuais, otimizando o manejo”, explica o produtor. O uso de novas tecnologias visa não apenas aumentar a lucratividade, mas também atender às exigências de sustentabilidade e rastreabilidade do mercado internacional. “Queremos produzir com qualidade, respeitando questões trabalhistas e ambientais, e garantir que a pimenta-do-reino brasileira se destaque no mercado global”, ressaltou Cássio Pinheiro, supervisor agrícola. A iniciativa de Sávio é um exemplo de como a mecanização e a inovação podem transformar desafios em oportunidades, garantindo maior eficiência e rentabilidade para a agricultura.