No movimento de entrada das empresas agro na bolsa, a Raízen fez a maior oferta pública de ações em bolsa (IPO) do ano na bolsa brasileira (B3). A Raízen atua no segmento de biocombustíveis, sendo considerada ecologicamente sustentável, e está entre as maiores produtoras de cana de açúcar e etanol do mundo. Ela participa da cadeia completa desde a produção e distribuição até à venda ao cliente final. Em sua estreia na bolsa, foi cotada sob o ticker RAIZ4 e teve uma das maiores demandas dos últimos tempos. Acompanhe o Encontro Folha Business online clicando aqui!

O que faz a Raízen?

A Raízen é líder global do mercado de biocombustíveis e atua com energia renovável, setor sucroalcooleiro, além de marketing e serviços dentro do próprio segmento. Ela não está presente apenas na produção, mas também nas outras etapas, de distribuição e venda ao cliente final. “A companhia tem um grande diferencial no setor de biocombustíveis, com a dinâmica ESG, que atrai também investidores estrangeiros”, afirmou Vinicius Torres, Head de Renda Variável da APX Invest. Na prática, a atuação da empresa no agro passa pelo aproveitamento de resquícios da cana-de-açúcar para produzir a mesma quantidade de etanol em relação às outras empresas do mercado, mas utilizando a metade da área. Ela ainda é referência no mercado de energia verde, com demanda elevada na Europa, possuindo patentes neste mercado, de forma a impor barreiras para a entrada de concorrentes. Em suma, ela possui 26 parques de bioenergia, a maioria concentrados na região Sudeste e próximos aos maiores mercados consumidores e terminais logísticos do país. Sem falar que ela é uma das cinco maiores companhias do país em termos de receita.

Como foi a estreia em bolsa

“A Raízen (RAIZ4) teve uma estreia volátil na B3 nesta quinta-feira (05), após ser precificada em R$ 7,40 por ação”, contou Torres. Ele também destacou que foi o maior IPO do ano na bolsa de valores e o quinto maior da história, movimentando R$ 6,9 bilhões. Ontem (05), o papel fechou o pregão em queda de 2,16%. Segundo Torres, “mesmo com um ótimo potencial, muitos investidores destacaram que a empresa fez a sua estreia a um preço relativamente elevado. Por mais que seja uma das empresas com um dos maiores faturamento do Brasil, isso afetou a percepção dos investidores”. Assim, “no longo prazo, a tese da empresa é positiva, mas no curto prazo o resultado foi um pouco abaixo do esperado”, complementou Torres. O IPO foi realizado para garantir a expansão de produtos renováveis da empresa, com 80% dos recursos sendo destinados para novas construções e para a ampliação da capacidade de comercialização da empresa.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.