
O Espírito Santo se destaca nacionalmente na produção de inhame, gerando emprego, renda e novas oportunidades de negócios para as famílias rurais. O estado é responsável por 44% de toda a produção do tubérculo no Brasil, com cerca de 98,5 mil toneladas colhidas em 2023.
Esse protagonismo no campo levou à proposta do deputado estadual Coronel Weliton, que quer reconhecer oficialmente Alfredo Chaves como a Capital Estadual do Inhame. O Projeto de Lei (PL) 177/2025, em análise na Assembleia Legislativa, propõe alterar a Lei 10.974/2019, que trata da concessão de títulos honoríficos a municípios capixabas.
Para o autor da proposta, o reconhecimento trará ainda mais visibilidade aos produtores, ajudando a fortalecer o mercado, fomentar o agronegócio regional e estimular o turismo. “A visibilidade conferida por essa titulação pode impulsionar políticas públicas voltadas ao setor agrícola e estimular a realização de eventos e feiras temáticas, promovendo a comercialização e o consumo do inhame”, destaca o parlamentar.
Atualmente, 33 municípios capixabas cultivam inhame, com Alfredo Chaves, no Sul do Estado, liderando o ranking. O município responde por 28,4% da produção estadual, seguido por Laranja da Terra (27,8%) e Marechal Floriano (9,8%).
Originário do Sudeste Asiático, o inhame é cultivado desde a Antiguidade. O tubérculo tem alto valor nutritivo e energético, é rico em vitaminas e sais minerais e possui grânulos pequenos, o que o torna um alimento de fácil digestão. Além disso, é uma raiz versátil e muito presente na mesa do brasileiro, especialmente nas regiões produtoras.
Produção e Variedades de Inhame no Espírito Santo
Boa parte da produção nacional vem do Espírito Santo, que tem papel de protagonismo no cenário nacional. Entre as variedades cultivadas no estado estão o Inhame Chinês, o Branco do Brejo, o Rosa Italiano e o São Bento – este último, genuinamente capixaba e com alta produtividade.
Em Alfredo Chaves, mais precisamente no distrito de São Bento de Urânia, o inhame é mais do que um produto agrícola: é parte da identidade local. A variedade São Bento possui Indicação Geográfica (IG) e só os tubérculos dessa cultivar podem usar o selo da IG São Bento de Urânia.
A relação com o produto é tão forte que, desde 2007, o distrito realiza anualmente a Festa do Inhame, que marca o início da colheita. Além do aspecto cultural, a produção representa uma importante fonte de renda para a agricultura familiar. O município reúne condições ideais de clima e solo, o que garante alta produtividade e qualidade ao tubérculo.
Destaque para Alfredo Chaves e a Produção de Inhame
Segundo estimativas do Incaper, em 2023 Alfredo Chaves produziu cerca de 31,4 mil toneladas de inhame, com rendimento médio de 39,2 toneladas por hectare – bem acima da média estadual, de 29,7 toneladas por hectare em uma área total de 3,3 mil hectares.