Mesmo com a expectativa de o Brasil colher a maior safra já registrada na série histórica, de aproximadamente 123,74 milhões de toneladas, o cenário do mercado de milho permanece favorável ao produtor. A alta demanda e as incertezas de oferta do cereal no mundo tendem a garantir preços rentáveis aos agricultores, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Acompanhe Agro Business no Instagram e no Youtube

Produção de milho na safra 2022/23 deve ser de 123,7 milhões de toneladas

Segundo o boletim AgroConab, o produtor de milho brasileiro deverá ter mais um ano com boa rentabilidade em meio a forte demanda internacional e novas aquisições chinesas do produto. Isso acontece em meio às incertezas acerca do abastecimento de milho ao longo de 2023. As condições climáticas adversas têm afetado o Rio Grande do Sul e causado impactos nas lavouras da Argentina. O gerente de Produtos Agrícolas da Conab, Sergio Roberto Campos, explica que há uma projeção de quebra de 9,6% na produção de milho no país vizinho, sendo a redução de 5 milhões de toneladas na comparação com os números iniciais da safra. “Além disso, podemos destacar a incerteza quanto ao escoamento do cereal da Ucrânia na Europa, com a intensificação do conflito no leste europeu”, ponderou. No caso da demanda, a entrada da China entre os principais compradores do milho brasileiro da safra 2022/23 é um importante fator para a pressão na alta dos preços. Os embarques do cereal ao mercado externo fecharam janeiro em torno de 6,17 milhões de toneladas, uma alta em torno de 126% se comparado com o volume registrado no mesmo período de 2022. Além de elevação de 120,07% quando a referência é a média comercializada nos últimos cinco anos. Se o cenário para o milho é de valores comercializados pressionados pelos fatores de mercado, no caso do algodão, o panorama se apresenta mais volátil. Os produtores têm dosado mais as ofertas e os compradores adquirem apenas o suficiente para as necessidades imediatas.

Expectativa de aumento de produtividade do algodão no Brasil

No Brasil, há expectativa de aumento na produtividade e na área destinada ao algodão para a safra 2022/23. Com isso, a projeção da colheita para a pluma está em torno de três milhões de toneladas, com crescimento de 19,2% comparada à safra anterior. As exportações brasileiras atingiram 123,9 mil toneladas no mês de janeiro. Este foi o pior desempenho dos últimos três anos para este mês. O aumento da produção brasileira somada à queda do consumo levarão a um aumento do estoque final da safra 2022/23 em torno de 24%, totalizando 1.7 mil toneladas.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.