Em maio, o mercado de ovos sofreu uma das piores reações dos últimos anos. Isso porque não houve o ajuste típico de preços no começo do mês, sendo que a cotação máxima foi atingida no fim de abril, mas depois não se manteve. Desse modo, o valor de fechamento do período caiu em 20% em relação à fevereiro, mês em que ocorreram os piores resultados do ano. Mas o que motivou essa queda no segmento? Receba o conteúdo no WhatsApp | Instagram | Twitter
Alta nos custos com insumos
Embora tenham ficado quase 11,5% acima do que foi alcançado em maio de 2020, os preços médios dos ovos no mês passado retrocederam mais de 7% em relação a abril, o que significa que corresponderam ao menor valor dos últimos quatro meses. Por outro lado, considerando a média de preços dos cinco primeiros meses de 2021, constata-se que ela se encontra apenas 15% acima do que foi registrado no mesmo período do ano passado, enquanto em comparação à média anual de 2020 o ganho é de 24%. Contudo, esses números escondem o que efetivamente ocorreu, pois esses ganhos foram consumidos pelos custos que, na média desse mesmo período, registraram evolução anual superior a 50%. Nesse contexto, vale lembrar que a maior parte do aumento de despesas vem sendo ocasionada pelo insumo-base do ovo, o milho. Esses movimentos se iniciaram entre 2019 e 2020, potencializando-se em 2021. Nesses 24 meses, a remuneração obtida pelo produtor do ovo aumentou 67%, enquanto o custo do milho evoluiu 178%. Assim, para adquirir o mesmo volume do insumo neste ano, o avicultor precisa produzir maior volume de ovos.
Esse movimento forçará mudanças no setor
Mesmo que haja queda na cotação do milho, o cenário não deve se reverter no curto prazo. Isso porque, apesar da retomada econômica, o poder de compra dos consumidores, afetado pela crise, ainda não foi recuperado e os grandes eventos que impulsionam o mercado, como as Festas Juninas, não deverão ocorrer graças à pandemia. Dessa forma, é crucial que os avicultores busquem formas de aumentar a produtividade e reduzir os custos por conta própria, para evitar que os custos se acumulem ao longo de 2021.