A Apex Partners, plataforma de investimentos e serviços financeiros, acaba de investir R$ 28 milhões na Univale, empresa de fretamento e transporte urbano, adquirindo uma participação minoritária na companhia.
O aporte foi feito por meio do fundo de private equity Apex Crescimento Mercados Regionais e se soma a outras empresas aportadas, como Wine, Natufert, Yooga, Timenow Engenharia, Fucape Business School e ATW, empresas líderes em seus setores nacionalmente, cujo faturamento somado é de mais de R$ 2 bilhões.
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Grupo Apex identifica oportunidades de investimento em empresas nos mercados regionais
Com a transação, a área de private equity do grupo passa a contribuir com a estratégia da Univale, alavancando operações de capitalização, operações estratégicas e conexões com stakeholders importantes.
De acordo com Fernando Cinelli, presidente e fundador da Apex Partners, essa transação reitera um dos pilares fundamentais da companhia: o modelo de partnership. Isso porque a Univale é liderada por dois sócios e co-fundadores da Apex, Pedro Chieppe e Angelo Dalla Bernardina, diretor executivo e diretor institucional da Univale, respectivamente. Ambos seguem contribuindo e participando de conselhos das investidas e comitês da Apex.
“O partnership da Apex é formado por sócios altamente capacitados, cuja experiência e competência técnica permitem a participação na gestão das empresas investidas. Esse modelo societário garante maior alinhamento de interesses, mitiga riscos e potencializa resultados para ambos os lados”, complementa Cinelli.
Segundo a Univale, além de reforçar a estrutura de capital, o aporte deve financiar o crescimento orgânico e oportunidades de aquisições. “A Apex não vai contribuir somente com o capital, mas com a alavancagem do nosso negócio, uma vez que tem expertise e competência complementar à nossa. Sem contar a capilaridade nos mercados regionais, que é onde operamos”, diz Angelo Dalla Bernardina, diretor-presidente da Univale.
Além do Espírito Santo, a Apex tem atuação nos estados de Santa Catarina e Paraná – tendo mais de R$ 10 bilhões em ativos sob supervisão, atua também na gestão de recursos, advisory, investment banking e ainda tem uma área de research.
A tese da empresa se concentra em identificar oportunidades de investimentos minoritários relevantes de 7% a 15% em empresas de mercados regionais que combinam geração de resultados consistentes com crescimento acelerado.
“A inclusão da Univale no portfólio reforça nosso compromisso em identificar empresas líderes de alta qualidade, fora do eixo Rio-São Paulo, estruturando soluções que conectam capital e expertise”, diz Cinelli.
Segundo o grupo, existe uma discrepância em relação aos aportes de private equity e venture capital destinados a essas regiões. Embora contribuam para a geração de 60% do PIB brasileiro, recebem apenas 25,6% dos investimentos, enquanto o eixo RJ-SP, com 40% do PIB, recebe 74,4%.
Investida vem crescendo a uma média de 20% ao ano
A Univale opera principalmente Minas Gerais e, em menor parte, na Bahia, tem 1,2 mil funcionários e uma frota de cerca de 800 carros, majoritariamente ônibus. A companhia é focada especialmente nos setores de mineração, papel e celulose e petroquímico e presta serviço de fretamento para grandes empresas como Vale, Cenibra e Usiminas.
“A Univale busca se posicionar comercialmente em segmentos com diferenciais competitivos e estruturais. Independentemente da macroeconomia global, o Brasil sempre vai crescer nesses setores. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por exemplo, há mais de R$ 100 bilhões a serem investidos nos próximos cinco anos”, explica Pedro Chieppe, vice-presidente institucional da Univale.
A companhia encerrou 2024 com um faturamento de R$ 300 milhões de reais e vem crescendo a uma média de 20% ao ano. Olhando para o futuro próximo, a empresa tem a visão de expandir seu portfólio de serviços, principalmente com investimentos em logística dedicada, além de buscar ampliar sua carteira clientes de fretamento.
“A logística no Brasil é um mercado grande e fragmentado, formado majoritariamente por empresas familiares, muitas das quais enfrentam desafios relacionados à sucessão. Com a macroeconomia brasileira em turbulência, as margens operacionais sofrem pressão dos insumos dolarizados bem como o resultado financeiro é impactado pela alta das taxas de juros, muitas vezes comprometendo os índices de liquidez e solvência das empresas. Esse cenário, no entanto, abre espaço para nos movimentarmos e buscarmos oportunidades de consolidação no setor”, completa o diretor-presidente da Univale.
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