Em meio à crise financeira, a Seacrest – petroleira independente que explora petróleo e gás onshore (em terra) no Espírito Santo – passou a ser controlada por credores de US$ 300 milhões, aproximadamente R$ 1,8 bilhão na cotação atual. A diretoria e a presidência foram substituídas por executivos indicados pelos bancos, que não tiveram seus nomes revelados. Em um comunicado ao mercado, a petroleira disse que a decisão do grupo aconteceu sem qualquer aviso prévio ou negociação. Entenda.
Decisão ocorreu “sem qualquer aviso prévio”, afirma norueguesa
A última negociação entre a Seacrest e os credores aconteceu no dia 23 de dezembro, quando chegaram a um acordo de que nada seria feito até o dia 8 de janeiro. Segundo a petroleira, os credores concordaram que qualquer iniciativa seria avisada previamente à Seacrest. Esse acordo já era uma extensão de duas negociações de prazos firmadas em 9 de novembro e 11 de dezembro.
Em comunicado ao mercado, a Seacrest afirma ter sido pega de surpresa com a decisão do grupo, que aconteceu “sem qualquer aviso prévio”, frente às inadimplências.
“Sem qualquer aviso prévio ou discussão com a empresa, os credores sob seu Contrato de Crédito Kraken de US$ 300 milhões entregaram um aviso de aceleração de todo o endividamento sob o Contrato de Crédito e imediatamente executaram um penhor de ações da subsidiária da empresa Seacrest Petroleo Cricare Bermuda Limited”, afirmou a petroleira em comunicado ao mercado.
De acordo com a norueguesa, o CEO e diretor da companhia, Jose Cotello, renunciou imediatamente as suas funções na empresa. Os nomes dos novos diretores não foram divulgados.
Petroleira também enfrenta disputa na Justiça com a Petrobras
Enquanto negociava o pagamento de dívidas com bancos, a Secrest disputava com a Petrobras o pagamento de uma parcela de US$ 71 milhões pela compra dos Polos Norte Capixaba e Cricaré, no Norte do Espírito Santo, realizada em 2021 e 2023, respectivamente.
A empresa obteve, na última semana, na Justiça do Rio de Janeiro, uma liminar para não pagar a dívida, sob o argumento de que a Petrobras não teria cumprido o compromisso previsto em contrato de reparar um terminal. O caso também foi levado à Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (ICC).