Comunidades indígenas bloquearam três rodovias estaduais de Aracruz, no Espírito Santo, em vários momentos desta quarta (07). Os bloqueios afetaram o tráfego de veículos e impediram o acesso de automóveis pertencentes a indústrias da região, apesar de uma liminar emitida pela justiça do município proibir tais ações. O documento determinou a abstenção de bloqueios nas rodovias ES-010, ES-257, ES-445 e ES-456, estipulando uma multa diária de R$ 2.000,00 por pessoa que desrespeitasse a ordem judicial. Estima-se que, nos últimos 12 meses, os prejuízos em decorrência de bloqueios de rodovias e ferrovias no Espírito Santo durante manifestações, totalizaram R$ 14,5 milhões. Acompanhe Agro Business no Instagram
Bloqueios causam prejuízos de milhões de reais
A solicitação para intervenção judicial foi feita pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), após uma semana de manifestações relacionadas à aprovação do marco temporal para a demarcação de terras indígenas na Câmara dos Deputados, em 31 de maio. Atualmente, o projeto de lei segue para o Senado. Protestos em todo o país surgiram devido ao tema ter sido discutido no Supremo Tribunal Federal (STF), com um caso em Santa Catarina que pode ter implicações nas decisões sobre a demarcação de territórios. Os manifestantes não cumpriram a ordem judicial que proibia bloqueios nas rodovias, bem como a paralisação de caminhões, carretas, ônibus e outros veículos pertencentes a indústrias do estado. Com isso, uma longa fila de carros se formou na rodovia ES-010, em Aracruz, prejudicando a livre circulação da população e causando danos econômicos e sociais ao setor produtivo. Diante deste cenário, o Fórum de Entidades e Federações do Espírito Santo (FEF), que representa as federações das Indústrias, Comércio, Agricultura, Transportes e o Espírito Santo em Ação, manifestou seu repúdio às interdições nas rodovias estaduais, bem como no trecho ferroviário em Aracruz que faz parte da Estrada de Ferro Vitória a Minas. “Os impactos são variados e imediatos, e comprometem, inclusive, a credibilidade e a imagem do nosso estado. Por exemplo, empresas da área de logística florestal que atuam na cadeia de celulose têm um prejuízo de mais de R$ 500 mil por dia, considerando o que deixa de ser transportado em madeira. Na ponta, o resultado é uma redução da produção de celulose, gerando perdas diárias de R$ 22 milhões”, informou em nota. Um dos pontos destacados é que os protestos ocorreram às vésperas do feriado nacional de Corpus Christi, um momento em que o tráfego nas rodovias aumenta consideravelmente. “É urgente e determinante que as autoridades competentes atuem para garantir a livre circulação e o cumprimento da decisão judicial. O fórum reforça o seu compromisso com o bom ambiente de negócios e espera uma solução rápida para evitar ainda mais prejuízos para as empresas e a sociedade capixaba”, concluiu a nota.