As potencialidades dos mercados regionais do Espírito Santo e de outros estados foram discutidas por cerca de 500 lideranças empresariais, políticas e grandes investidores na segunda edição do ano do Brazilian Regional Markets, evento promovido pela Apex.
Realizado no Teatro B32, na Faria Lima, em São Paulo, o encontro contou com a presença de empresas capixabas, como o Frigorífico Frisa e a Timenow – que afirmaram que apostam em características da regionalização como alavanca para a internacionalização. Entenda!
Timenow quer mais polos internacionais; Frisa já tem 60% do negócio em exportações
O painel “Empreendedorismo regional: o Brasil além do eixo Rio-São Paulo” trouxe reflexões sobre como empresas que nasceram nos mercados regionais brasileiros superaram e hoje são destaque nacional e internacionalmente, mostrando que crescer é possível, mesmo cenários desafiadores.
Antonio Toledo, CEO da Timenow, contou como a empresa capixaba, que começou em uma sala de 20m², se tornou referência em engenharia e gestão de projetos e, hoje, já opera nos EUA e na Europa. A trajetória mostra que a expertise desenvolvida nos mercados regionais pode se expandir para o mundo.
“Nós surgimos nos mercados regionais, no Espírito Santo, e acredito que um elemento fundamental para a trajetória de crescimento da empresa, há quase 29 anos, tem muito a ver com o ecossistema que a gente tem no Espírito Santo. O fato de termos algumas das maiores empresas do mundo com unidades no estado, como a Suzano, a Vale e a Arcelor, permitiu que pudéssemos conhecer o que havia de melhor em termos de técnicas de gestão de projetos, construções e empreendimentos. E isso preparou a Timenow para que ela, a partir do Espírito Santo, pudesse trabalhar no Brasil todo e, há dois anos, iniciássemos o trabalho de internacionalização da empresa, a partir dos Estados Unidos”, explica.
Toledo conta que a internacionalização é fruto de um planejamento estratégico de longo prazo. Segundo ele, foi iniciada pelos EUA por ser um país com grande volume de investimentos em infraestrutura.
“A escolha óbvia, a gente optou por ir para a maior economia do mundo, onde tem um volume de investimentos em infraestrutura maior do que o PIB total do Brasil. Agora, para seguirmos crescendo, temos estudado opções de adquirir algumas empresas de pequeno porte nos Estados Unidos. Na Europa, também estamos com pessoas atuando lá, dedicadas a abrir novas oportunidades do mercado da União Europeia”, completa.
Marcos Flavio Teixeira Pereira, Diretor de Originação e Relações Institucionais da Frisa, abordou os desafios da internacionalização no setor de carnes. A empresa, fundada em Colatina (ES) em 1968, é o frigorífico mais antigo do Brasil em operação e vem investindo fortemente na ampliação de sua presença global.
“A exportação sempre esteve no DNA do Frisa. O frigorífico foi fundado em 1968, os primeiros abates foram em 1970, e com apenas dois anos a gente fez nossa primeira exportação. Hoje, 60% do nosso negócio é exportação. A gente sabe que cada mercado tem uma particularidade específica. O que o Frisa faz? Sempre quando o Brasil busca algum mercado, a gente já trabalha a parte estrutural e a parte de qualidade para conseguir habilitar para aquele mercado, então a gente sempre procura estar na vanguarda das missões, recebendo os países e preparando estruturalmente para que a gente consiga exportar para todos os países que o Brasil tem um acordo. Isso tem dado muito certo”, afirma.
BRM 2025: Nova York também receberá edição do movimento
O movimento, promovido pela Apex, visa impulsionar o reconhecimento e os investimentos nos mercados regionais brasileiros – reunindo lideranças políticas, empresariais e investidores para debater oportunidades de desenvolvimento econômico das “onças brasileiras” – estados como Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso, que apresentam crescimento acima da média nacional.
Depois de Brasília e São Paulo, a próxima edição do encontro Brazilian Regional Markets acontecerá no Harvard Club, em Nova York, em maio.