A retomada da suinocultura da China, após ser fortemente impactada pela peste suína africana, tem chamado a atenção pela engenhosidade e tecnologia aplicada pelos asiáticos. Consumidores de cerca de 50 milhões de toneladas de carne suína por ano, os chineses desejam reformular completamente o controle sanitário em sua cadeia produtiva a fim de evitar futuros surtos de doenças. Um exemplo desse movimento, é a recentemente fazenda vertical mais alta do mundo para suínos. Acompanhe Stefany Sampaio no Programa Mundo Business

Mito ou verdade?

Verdade! A companhia chinesa Zhong Xin Kaiwei anunciou essa semana a conclusão da mais alta fazenda vertical de suínos do mundo. O prédio tem 26 andares, fica na província de Hubei, na China, e está oficialmente pronto para iniciar a produção em setembro. Segundo dados do AgEvolution Suinocultura Digital, quando estiver completo, a produção anual da unidade atingirá 1,2 milhão de cabeças. Este volume é dezenas de vezes maior que a capacidade da maioria das granjas “horizontais”. As novas granjas-prédio da China possuem altíssimo padrão tecnológico.  O modelo tem, entre outras curiosidades, um elevador com capacidade para 40 toneladas, que cobre uma área de 65 metros quadrados (m²) e pode suspender mais de 200 animais por vez. A tecnologia é aplicada também no reconhecimento facial dos animais por meio de visão computacional e automatização da maior parte dos processos. Planejada visando a sustentabilidade, a fazenda vertical chinesa promete reduzir a poluição por gás e sonora, além de reduzir significativamente o impacto da produção de suínos aos moradores da região. A empresa também diz prezar pelo bem-estar animal. Mas será essa a melhor solução?

Como essas informações impactam o Brasil?

Durante a crise da peste suína africana, o Brasil se tornou o maior fornecedor de carne suína para os chineses, o que aqueceu o mercado nacional e fez “explodir” o volume exportado. Em números, no mês passado a receita obtida com as exportações de carne suína foi de, aproximadamente, US$ 42 mil, representando 22,3% do montante obtido em todo junho de 2020, que foi de US$ 187 mil. Por isso, ao se imaginar a retomada do plantel da China, projeta-se uma diminuição da exportação não apenas do Brasil, mas também de outras nações, à medida que o seu rebanho for reposto. A Agro Business acompanhará os desdobramentos desta informação, mas fica o alerta aos nossos suinocultores, pois haverá uma diminuição dessas importações, de forma lenta e gradual, até que a China consiga restabelecer o abastecimento interno. Um ponto importante a ser considerado entretanto é que com o passar dos anos, a China, país mais populoso do mundo, deve aumentar o seu consumo, o que manterá um mercado estável.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.