Entre 2023 e 2028, o volume de investimentos públicos e privados anunciados para o Espírito Santo atingiu R$ 98 bilhões, marcando um crescimento de 49,7% em relação ao período anterior (2022-2027), conforme dados do Instituto Jones dos Santos Neves. O interior do estado se destaca ao absorver 68% dessa carteira, equivalente a R$ 66,6 bilhões, mais que o dobro da participação da Grande Vitória, que corresponde a 32%, ou R$ 31,3 bilhões. O setor agrícola, especialmente o agronegócio capixaba, está atraindo investimentos significativos, com foco na produção de café especial e pecuária. Investidores estrangeiros também têm se mostrado interessados, atraídos por incentivos fiscais e pela qualidade dos produtos capixabas. Conheça os principais investimentos previstos para o setor até 2028.
Veja os investimentos:
Diversos investimentos estão direcionados à principal atividade agrícola do estado: a produção de café. Em Linhares, por exemplo, os investimentos estão sendo direcionados tanto para novas indústrias quanto para a expansão de empresas já estabelecidas, como a Olam Coffee, que, com sede em Singapura, investiu R$ 1 bilhão na construção de uma planta de café solúvel. Outra importante investidora é a multinacional suíça Mocoffee, que destinou R$ 20 milhões para a construção de uma fábrica dedicada à produção de monodoses de café, com uma capacidade inicial de 100 milhões de cápsulas por ano. A indústria de alimentos Rancheiro, sediada em Anápolis (GO), tem um investimento de R$ 80 milhões para erguer uma fábrica em Linhares, que produzirá uma linha completa de biscoitos e realizará moagem de café, criando 150 novos empregos diretos. Em Sooretama, o grupo sergipano Maratá, especializado no beneficiamento de café, planeja construir uma fábrica com um investimento de R$ 180 milhões. Em Aracruz, a Suzano, uma gigante do setor de papel e celulose, lidera os investimentos, alocando R$ 650 milhões na construção de uma nova fábrica de papéis sanitários e R$ 520 milhões na substituição de uma caldeira de biomassa em um de seus complexos de celulose. A paulista Adufértil, uma das líderes em fertilizantes no Brasil, anunciou um investimento de R$ 65 milhões em uma fábrica de mistura de fertilizantes em Aracruz, que abastecerá as bases florestais da Suzano em todo o país. A empresa de fertilizantes também utilizará o Portocel, um terminal multipropósito em Aracruz, para importar até 180 mil toneladas de matéria-prima por ano para suas plantas no Espírito Santo e em São Paulo. A empresa capixaba True Source, especializada em suplementos alimentares e nutracêuticos, está investindo R$ 20 milhões na construção de uma fábrica em Aracruz, que concentrará parte significativa de sua produção. Em Domingos Martins, o Grupo Coroa está investindo R$ 10 milhões para aumentar em 50% a capacidade de sua fábrica de refrigerantes, sucos, águas e energéticos. Em Ibiraçu, o investimento de R$ 33,32 milhões será destinado à aquisição e reforma de uma planta industrial para a produção de polpas de frutas e hortaliças. Em Rio Bananal, a Indústria de Fertilizantes Agro CP está construindo seu parque fabril, com um investimento de R$ 30 milhões. Na Região Metropolitana, a fábrica de chocolates Garoto está investindo R$ 1 bilhão na expansão e modernização de sua planta em Vila Velha, incorporando novas tecnologias e lançando novos produtos. Na mesma cidade, a Buaiz Alimentos destinou R$ 70 milhões para a construção de um novo armazém de trigo, como parte de sua estratégia de expansão para além do Espírito Santo, incluindo os mercados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Principais investimentos do agronegócio no Espírito Santo para 2023-2028: •Fábrica de papel tissue e modernização da unidade da Suzano – Aracruz (R$ 1,1 bilhão) •Modernização da fábrica da Garoto – Vila Velha (R$ 1 bilhão) •Indústria de café solúvel da Olam Coffee – Linhares (R$ 1 bilhão) •Indústria de café da Café Cacique – Linhares (R$ 320 milhões) •Indústria de café Maratá – Sooretama (R$ 180 milhões) •Fábrica de biscoitos e café da Rancheiro – Linhares (R$ 80 milhões) •Armazém de trigo da Buaiz Alimentos – Vila Velha (R$ 70 milhões) •Misturadora de fertilizantes da Adufértil – Aracruz (R$ 65 milhões) •Indústria de fertilizantes da Agro CP – Rio Bananal (R$ 30 milhões) •Indústria de monodoses de café da Mocoffee – Linhares (R$ 20 milhões) •Indústria de suplementos alimentares True Source – Aracruz (R$ 20 milhões) •Expansão do Grupo Coroa – Domingos Martins (R$ 10 milhões)