Cooperativa capixaba de gengibre (Coopginger)
Cooperativa capixaba de gengibre (Coopginger)

A Coopginger, cooperativa capixaba de gengibre, alcançou números expressivos em 2024. O volume de exportações triplicou em relação ao ano anterior, passando de 22,5 contêineres e 440 toneladas para 76 contêineres e mais de 1.500 toneladas. O faturamento da cooperativa também disparou, passando de R$ 4 milhões em 2023 para R$ 13 milhões em 2024 – um crescimento de 225%. 

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Cooperativa registrou crescimento de 225% em faturamento

Segundo Leonarda Plaster, presidente da Coopginger, a cooperativa atingiu o principal objetivo de gerar benefícios diretos para a agricultura familiar.

“Em 2023, a demanda foi baixa e começamos a conhecer o mercado, mas em 2024 conseguimos consolidar nossa posição e superar todas as nossas metas”, afirma Leonarda. O aumento no número de cooperados também foi significativo, passando de 33 associados em 2021 para 114 em 2024, com 55 novos produtores ingressando na cooperativa no último ano.

Cooperativa capixaba de gengibre (Coopginger)

Além das exportações, a Coopginger também avançou em estrutura, inaugurando em dezembro um novo packing em uma localização mais acessível em Santa Leopoldina e com melhores condições logísticas, facilitando o escoamento da produção.

No entanto, o crescimento não veio sem desafios. A cultura do gengibre enfrentou dificuldades relacionadas a doenças, como fusariose e nematóides, que impactaram a produtividade, com alguns produtores chegando a perder até 100% das lavouras.

“Infelizmente, ainda não há soluções definitivas para essas doenças, e os custos de produção continuam elevados, o que exige um esforço constante da cooperativa para apoiar os produtores”, destaca.

Com as chuvas das últimas semanas no Espírito Santo, muitos produtores de gengibre enfrentam perdas significativas. Leonarda Plaster destacou o impacto nas lavouras: “Nas baixadas, o gengibre ficou alagado; nas áreas de morro, foi todo lavado. Isso prejudica tanto a qualidade quanto o desenvolvimento da planta. Este ano, os produtores vão enfrentar muitos desafios devido às chuvas”.

Cooperativa quer expandir vendas para América do Sul

A cooperativa também enfrentou desafios logísticos, transferindo suas operações do Porto de Rio de Janeiro para o Porto de Santos devido a atrasos nos embarques. Apesar disso, a cooperativa tem conseguido manter a eficiência nas exportações, com a maior parte da produção sendo destinada a Europa e Estados Unidos, além de já planejar expansão para novos mercados na América do Sul em 2025.

Apesar dos desafios, os preços do gengibre registraram uma alta em 2024. No início da safra, em junho, o preço da caixa de gengibre (14 kg) era de R$ 50, mas, no final do ano, chegou a R$ 120, refletindo a forte demanda no mercado. 

Outro destaque de 2024 foi a participação em feiras nacionais e internacionais, como Fruit Attraction e a Expo São Paulo. “Esses eventos proporcionaram maior visibilidade aos produtos da cooperativa e ajudaram a fortalecer relações com exportadores”.

Espírito Santo é o maior produtor e exportador do Brasil

Espírito Santo é o maior produtor e exportador de gengibre do Brasil

O Espírito Santo é o maior produtor e exportador de gengibre do Brasil, com a produção de aproximadamente 66 mil toneladas por ano em 1.070 hectares.

Atualmente, a produção se concentra nos municípios Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Itarana, Marechal Floriano, Cariacica, Santa Teresa e Alfredo Chaves, de acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Inclusive, é importante destacar que a produção é realizada principalmente por agricultores familiares.

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Stefany Sampaio
Stefany Sampaio

Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

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