No Espírito Santo, os recursos dos royalties de petróleo serão utilizados para financiar fontes limpas de energia. Durante a Conferência da Organização das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP29), realizada em Baku, no Azerbaijão, o governador Renato Casagrande anunciou o aporte de R$ 500 milhões para financiamento de projetos de transição energética e descarbonização no estado, por meio do Fundo Soberano. O valor destinado pode chegar, ao todo, a R$ 1 bilhão.

Fundo Soberano: onde os recursos foram aplicados?

O valor anunciado para financiamento de projetos de transição energética e descarbonização no estado é proveniente do Fundo Soberano, que utiliza recursos dos royalties de petróleo para financiar empresas com boas práticas em governança socioambiental e investir em inovação. Atualmente, seu patrimônio está em R$ 1,79 bilhão. Criado em 2019, o Fundo Soberano do Espírito Santo já investiu em outras duas iniciativas: FIP Funses1: com aporte de R$ 250 milhões, a iniciativa busca fomentar empresas de base tecnológica com o intuito de impulsionar o crescimento do ecossistema de tecnologia e inovação do estado. Atualmente, há 31 empresas investidas, sendo 7 com investimento direto e 24 aceleradas. Funses II – ESG e Debêntures: com aporte de R$ 248,7 milhões, busca impulsionar empreendimentos comprometidos com o desenvolvimento sustentável. Seis projetos já foram contemplados – um deles constitui a primeira Usina de Biometano do estado.

“É hora de reforçar o compromisso com a preservação do planeta”, diz Casagrande

O novo fundo faz parte da terceira tranche do Fundo Soberano do estado (Funses), coordenado pelo Bandes, que já aportou recursos dos royalties do petróleo em startups e empresas ESG. Os projetos que poderão ser financiados devem estar relacionados ao uso de fontes de energia renovável, melhoria da eficiência energética e a substituição de combustíveis fósseis por alternativas menos poluentes e prejudiciais ao meio ambiente. A iniciativa está ancorada no Plano de Descarbonização do Espírito Santo, publicado no ano passado. Segundo o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a iniciativa representa um avanço relevante no processo de redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) na economia capixaba e contribui para consolidar o estado como um foco atrativo para investidores empenhados em iniciativas de baixo carbono. “Somos o único estado a ter um fundo deste tipo, em que utilizamos parte dos recursos dos royalties de petróleo para investir em inovação e financiar empresas com boas práticas em governança socioambiental. Agora, vamos aplicar recursos na transição energética. Vamos buscar parcerias para que a gente tenha um Fundo Clima Capixaba, para financiar empreendedores para que eles possam melhorar a sua eficiência energética, reduzindo as emissões de carbono no Espírito Santo”, afirmou o governador. O valor total da operação pode chegar a R$1 bilhão, já que foi assinado um protocolo de intenções do Governo do Estado, por intermédio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Neste caso, além dos R$ 500 milhões destinados pelo governo capixaba, o BNDES também poderá aportar até R$ 500 milhões.