A dificuldade em encontrar mão de obra tem sido um dos principais desafios enfrentados pelo setor de bares e restaurantes no Espírito Santo. É o que afirma o Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares), que contabiliza 1.500 vagas em aberto no segmento em todo o estado. Segundo fontes da Coluna Mundo Business, estabelecimentos estão recorrendo à contratação de imigrantes para suprir a demanda – um bar na capital chegou a contratar dezenas de venezuelanos para atuar em diferentes funções. Entenda.
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“Há uma lacuna enorme entre a oferta de mão de obra e as necessidades do setor”, aponta presidente do Sindbares
Impulsionado pelo aumento no fluxo de turistas, férias e alta estação, o faturamento de bares e restaurantes deve registrar alta de até 15% no primeiro trimestre de 2025 em todo o país, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Para atender à demanda de clientes, muitas empresas precisam contratar e, de acordo com a entidade, 89% dos empresários brasileiros do setor consideram “difícil” ou “muito difícil” preencher as vagas em aberto com candidatos qualificados.
No Espírito Santo, a falta de mão de obra local não apenas acendeu um alerta, mas também levou empresários capixabas a buscarem alternativas para suprir suas demandas. Segundo fontes do setor ouvidas pela coluna, um tradicional bar da capital recentemente contratou cerca de 60 venezuelanos para atuar em diferentes funções na cozinha e atendimento aos clientes.
Segundo Rodrigo Vervloet, presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares), a escassez de mão de obra tem preocupado empresários capixabas há cerca de três anos.
“Há uma lacuna enorme entre a oferta de mão de obra e as necessidades do setor. Essa falta de mão de obra dificulta, como um todo, o crescimento do setor de bares e restaurantes, limitando a capacidade de expansão e novos investimentos. Hoje, a gente contabiliza mais de 1.500 vagas abertas em todo o estado”, aponta.
De acordo com Vervloet, há dificuldades para preencher todos os cargos, especialmente auxiliar de cozinha, cozinheiro, garçom e barman. Para contornar o problema, o Sindbares tem apostado em qualificação profissional, junto a instituições como o Senac, para oferecer cursos e capacitações para profissionais.
“É um setor que, por característica, emprega muito. Esses cursos profissionalizantes têm sido fundamentais, mas ainda temos um grande déficit, inclusive travando grandes investimentos por falta de mão de obra. O grande desafio é vencer a informalidade”, completa.
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