Em razão da seca enfrentada pelos produtores brasileiros, principalmente nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, os acionamentos do seguro rural e do Proagro já envolvem cerca de R$ 5 bilhões em prováveis indenizações pelas perdas. Segundo a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, os avisos de perdas de lavouras para culturas de milho, soja e outros atingiram o patamar de 81 mil, com dados coletados até 20 de janeiro.
Condições climáticas afetam rendimentos e perspectivas de produtores para 2022
Ao destrinchar os dados, verificou-se que 42,5 mil apólices de seguro rural foram acionadas, correspondendo a um valor assegurado de R$ 2,7 bilhões, enquanto já foram feitos 38,9 mil comunicados de perdas (COPs) realizados no Proagro, atingindo a marca de R$ 2,3 bilhões em prejuízos aos produtores. Com isso, o potencial de pagamento pelas seguradoras e pelo Banco Central alcança os R$ 5 bilhões. Atualmente, o Paraná é o estado mais afetado se considerarmos o número de contratações de seguros e os acionamentos por perdas de safra. Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Por cultura, dos 39 mil acionamentos de Proagro, mais de 26 mil são na cultura do milho, o que representa uma fatia de 68,7% do total. Nos anos de 2018 e 2019, a estimativa de atendimento no seguro rural girava em torno de 50% da demanda. Em 2020, o programa atendeu 82% da demanda e em 2021 em torno de 90%, quando atingiu 14 milhões de hectares com seguro, segundo o Ministério da Agricultura. Em relação a 2022, a demanda é de R$ 1,5 bilhão. Contudo, o orçamento aprovado pelo governo Jair Bolsonaro prevê recursos em R$ 990 milhões. Sem a complementação de R$ 510 milhões, que deve ser solicitada a equipe econômica, espera-se uma redução na área assegurada para cerca de 10 milhões de hectares mesmo em meio as intemperes climáticas acentuadas nas regiões citadas, caracterizando uma redução em relação aos anos anteriores.