Apostando na rentabilidade, agricultores da região serrana do Espírito Santo estão investindo no cultivo de morango em sistema semi-hidropônico. Essa técnica tem ganhado espaço nas propriedades de agricultura familiar, pois em comparação com o plantio direto no solo, permite um manejo mais fácil e garante uma colheita mais abundante. Um dos grandes benefícios para os produtores é a possibilidade de colheita durante todo o ano, o que resulta em uma renda constante. O agricultor Adelson Luiz Tomasi, de Pedra Azul, é um dos que têm colhido os frutos dessa inovação.

Sistema semi-hidropônico garante morango o ano inteiro

O Espírito Santo abriga cerca de 300 hectares de plantações de morangos, com uma produção de aproximadamente 10 mil toneladas. Com o cultivo no modelo semi-hidropônico, Adelson Luiz Tomasi observa benefícios desde o plantio até o consumo da fruta. O agricultor começou a produção de morangos nesse sistema há cinco anos e já percebeu melhoras significativas. Segundo Tomasi, o sistema “produz mais, a qualidade é melhor, a durabilidade também. Com esse sistema, você colhe morangos o ano todo. É livre de doenças e formigas, porque quando você planta no chão, há muitas formigas. Assim, você controla melhor as pragas”. Os produtores destacam a facilidade na colheita, já que não precisam se abaixar para pegar as frutas, além da diminuição das pragas e doenças. Para garantir essa qualidade na produção, o agricultor precisa se atentar aos cuidados com o substrato, água e nutrientes utilizados. Outro desafio identificado na produção de morangos são as pragas. De acordo com Zanuncio Júnior, pesquisador de Entomologia, a principal praga do morango, tanto no sistema semi-hidropônico quanto no convencional, é o ácaro rajado. “Essa é a praga mais desafiadora para os agricultores. Eventualmente, outras pragas também acometem o morango, como a brasileirinha e o besourinho, mas a principal é o ácaro rajado”. Francisco Gervini, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), vê vantagens no modelo semi-hidropônico. Gervini, que participou como palestrante no Dia do Morango em Domingos Martins, trouxe novidades sobre o cultivo semi-hidropônico aberto, de drenagem livre, e o sistema hidropônico recirculante, onde a solução é reaproveitada várias vezes, economizando nutrientes e preservando o meio ambiente. Com o objetivo de disseminar conhecimento entre agricultores e técnicos, o Incaper realizou um evento em uma das regiões que fazem parte do polo do morango no Espírito Santo. “O projeto Inovafrut Morango do Incaper visa capacitar agricultores e agricultoras no plantio, manejo e processamento de morangos. Durante esses dois anos, realizamos uma série de atividades, e o evento veio para encerrar o projeto com chave de ouro”, explica Andrea Costa, pesquisadora do Incaper.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.