A agricultura regenerativa, modelo que alia inovação, sustentabilidade e rentabilidade, foi o grande destaque do 1º Fórum Produtores do Futuro, realizado nesta quarta-feira (24), no Conceição Hall, em Linhares. O evento, idealizado pela Linhagro Agronegócios e organizado pela Campo Vivo – Inteligência em Agronegócios, reuniu produtores, empresários, estudantes e profissionais do agronegócio capixaba para discutir tendências, trocar experiências e se atualizar sobre as transformações do setor.
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Agricultura regenerativa ganha destaque no Fórum Produtores do Futuro
Um dos pontos altos do encontro foi a palestra do renomado especialista Marcos Fava Neves, conhecido como Doutor Agro, que abordou o tema “A contribuição da agricultura regenerativa no agro capixaba”. Ele destacou como o modelo é estratégico para posicionar o Espírito Santo no cenário internacional com produtos de valor agregado.
“O evento marca um antes e depois. O estado está fazendo um trabalho muito legal para colocar produtos com valor agregado nos mercados mais exigentes do mundo. Mostrar que estamos produzindo de forma sustentável, poupando recursos e melhorando o solo ano após ano, é exatamente o que o consumidor global quer ouvir”, afirmou o especialista.
A agricultura regenerativa foi apresentada como uma prática essencial para melhorar a fertilidade do solo, reduzir a dependência de insumos químicos e aumentar a competitividade do produtor rural. O conceito está inserido dentro da chamada agricultura 6.0, que, segundo o Doutor Agro, representa uma evolução, e não uma ruptura com as práticas anteriores.
“Hoje, trabalhar com sistemas regenerativos e bioinsumos não é abandonar o que a agricultura 5.0 trouxe. É somar. A agricultura 6.0 aproveita toda tecnologia já disponível e incorpora mercados de carbono, reconstrução do solo e novas formas de produzir com responsabilidade ambiental e retorno financeiro”, explicou.
Durante a palestra, Marcos Fava Neves também listou os 10 pontos fundamentais para quem quer vencer no agronegócio atual. Entre eles, a gestão financeira eficiente, o uso de tecnologias como irrigação e biológicos, a excelência ambiental, o espírito inovador e a formação de lideranças.
“Se o produtor tiver vontade de aprender e inovar, a tecnologia vai auxiliar. A conta fecha. Já temos exemplos de produtores trabalhando com agricultura regenerativa há mais de 20 anos, com produtos de alto valor agregado. Funciona e traz lucro”, reforçou o Doutor Agro.
Para 2025, o especialista alerta para a continuidade de desafios como eventos climáticos extremos, mudanças nas políticas ambientais e trabalhistas, e pressão dos consumidores por produtos mais sustentáveis. Ao mesmo tempo, destaca que o avanço de tecnologias como inteligência artificial, bioinsumos e rastreabilidade abre novas oportunidades para o agro brasileiro.
“Estamos no início de uma jornada longa, mas quem começar agora já sai na frente. O simples fato do produtor estar presente em um evento como esse já mostra que ele está buscando conhecimento e vai aprender com outros produtores. Isso é o que move o agro”, concluiu.
O evento contou com uma programação diversificada, com destaque para dois painéis que abordaram temas atuais e relevantes para o futuro do agronegócio. O painel intitulado “O que o mercado demanda?”, reuniu discussões sobre as exigências dos mercados consumidores para setores como pimenta-do-reino, fruticultura, café e cacau.
Já o painel “Sustentabilidade na prática”, conduzido por Fabrício Barreto, sócio-proprietário da Doce Bela, trouxe empresários que compartilharam cases de sucesso com culturas como cacau, café, coco, milho e melancia. As experiências apresentadas reforçaram o potencial da agricultura regenerativa como estratégia de produção com responsabilidade ambiental e retorno econômico.
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Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.
