O Espírito Santo estuda aplicar para a BR-101 a mesma solução adotada pelo governador do Estado do Mato Grosso, Mauro Mendes, na BR-163, um dos principais meios de escoamento da produção agrícola do Estado. A informação foi confirmada pelo vice-governador eleito do Espírito Santo, Ricardo Ferraço, durante o 10° Encontro Folha Business. O governo do Mato Grosso conseguiu assumir a administração da rodovia, em um trecho de 850 km, para que as obras pudessem ser destravadas e seguir em andamento. As obras devem começar já em 2023, já pela relicitação elas só aconteceriam em no mínimo quatro anos. Acompanhe o Agro Business no Instagram
Governo do ES tem interesse em replicar case do Mato Grosso
A Rota do Oeste (CRO), concessionária da Odebrecht Transport (OTP), formalizou a venda da concessão da BR-163, em Mato Grosso, pelo valor simbólico de R$ 1 ao governo estadual. O termo que possibilita que a companhia transfira a administração da rodovia para a estatal MTPar foi assinado em conjunto com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A concessão tem dívidas que somam quase R$ 2 bilhões. O Governo do Espírito Santo está de olho no caso de sucesso de Mato Grosso para (quem sabe) utilizar o mesmo modelo adotado por lá para resolver os problemas da BR-101. Durante o evento, o vice-governador eleito do ES, Ricardo Ferraço, afirmou que o governo já destinou uma equipe técnica para ficar por conta dos estudos. “Nós estamos estudando. Sabemos que o assunto é complexo e nesta oportunidade estamos conversando com representantes do Mato Grosso que conseguiram uma solução para o problema. Também precisamos de uma conclusão para o desafio da BR-101. É uma longa caminhada que precisa ser concluída”. “O primeiro passo é um termo de confidencialidade já assinado com a concessionária para que possamos conhecer em profundidade os desafios e os compromissos que a concessionária tem com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). É um trabalho técnico que precisa ser feito porque o governo não pode assumir um compromisso sem ter a dimensão clara do tamanho do compromisso que ele está assumindo. O Governo do Estado tem feito esforços para que a BR-101 não seja um problema sem solução”. O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, compartilhou sua experiência com a modernização da infraestrutura mato-grossense, que pode servir de exemplo para o Espírito Santo. “A concessionária não conseguiu cumprir o seu papel na duplicação e nós encontramos uma solução para evitar que nós precisássemos aguardar mais cinco anos para uma relicitação. Isso poderia demorar muito e causar mais transtornos para a população. Que possamos servir de inspiração para que os capixabas também encontrem um caminho mais rápido e eficiente”. Mauro Mendes destacou que a BR-163 é importante para o escoamento da produção agrícola do estado do Mato Grosso. “Nós somos o maior produtor brasileiro de commodities agrícolas, entre elas, soja, milho, algodão, carne, etanol. Precisamos transportar as nossas produções para o Brasil e, principalmente, para os portos rumo aos mercados internacionais”. Confira as principais entregas na infraestrutura nos últimos quatro anos em Mato Grosso: -Asfalto novo: 2500 km; -Asfalto recuperado: 1900 km; -Pontes de concreto de grande e médio porte: 190, sendo 153 já entregues; -Autorização da construção da 1ª Ferrovia Estadual do país, cujas obras começaram neste ano; -Solução inédita dada para a BR-163, na qual o Estado passará a ter a concessão da rodovia. As obras devem começar já em 2023. Pela relicitação, as obras só começariam em no mínimo 4 anos.
Ferraço tem planos para o desenvolvimento do ES
Ricardo Ferraço, além de ser vice-governador, também vai assumir a Secretaria de Desenvolvimento (Sedes). Em conversa com a coluna destacou que já está em andamento um planejamento que leve em consideração atividades tradicionais que movimentam a economia do Espírito Santo. “Estamos fazendo uma reflexão a respeito dos passos que o Espírito Santo já trilhou nos últimos anos. Vamos fazer um planejamento a quatro mãos com os empreendedores para colocar de pé uma estratégia que considere as atividades que trouxeram o Espírito Santo até aqui (petróleo e gás, siderurgia e agricultura). Vamos inserir o Espírito Santo na nova economia que chegou definitivamente e discutir democraticamente com os empreendedores, com a federação e com os trabalhadores as propostas”.