Os governadores do Espírito Santo e Paraná, Renato Casagrande e Ratinho Júnior e o Secretário de Inovação do Paraná, Marcelo Rangel, assinaram ontem (30), durante o Encontro Folha Business Londrina um protocolo de intenções com a finalidade de integrar os ecossistemas de inovação dos dois estados. O acordo tem a finalidade de aproximar as comunidades de inovação dos dois estados com encontros e eventos, fomentar programas de intercâmbios de startups e criar programas conjuntos em áreas como inteligência artificial, robótica e biotecnologia.

Confira os principais pontos do acordo de inovação entre Espírito Santo e Paraná

Por meio do protocolo de intenções, Espírito Santo e Paraná se comprometem a: 1- Realizar eventos de aproximação entre as comunidades de inovação dos estados envolvidos, como hackathons, maratonas de programação, meetups; 2- Fomentar a criação de programas de intercâmbio entre startups e empresas inovadoras dos dois estados, com o objetivo de ampliar as oportunidades de negócios e a internacionalização das empresas; 3- Realizar missões empresariais e tecnológicas entre os estados, para promover a troca de experiências e conhecimentos sobre tecnologias e tendências de mercado; 4- Estabelecer parcerias para a criação de programas de capacitação e formação de recursos humanos em áreas estratégicas para a inovação, como inteligência artificial, robótica, biotecnologia, nanotecnologia, entre outras; 5- Realizar estudos conjuntos para identificar oportunidades de investimento em áreas prioritárias para o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação dos estados, tais como infraestrutura, financiamento, legislação, incentivos fiscais, entre outras.

Empresários afirmam que acordo entre ES e PR fortalece inovação nos mercados regionais

Durante a assinatura do protocolo, Ratinho Júnior e Casagrande destacaram que o Espírito Santo e o Paraná compartilham similiaridades em suas matrizes econômicas: ambos são importantes hubs logísticos, têm um agronegócio relevante na economia e foram berços de startups nacionais de destaque (empresas como Pipefy, Juno, EBANX e MadeiraMadeira tem origem paranaense). Além disso, são dois mercados regionais que crescem de forma organizada e com equilíbrio fiscal acima da média nacional nos últimos anos. Na análise de empresários que atuam nos dois estados, o acordo mostra a força econômica e tecnológica de centros com atividade econômica relevante fora do eixo-Rio São Paulo, conhecidos como ‘mercados regionais’. Para Fernando Cinelli, presidente da Apex Partners, a assinatura desse acordo entre os dois estados é positiva para fomentar o desenvolvimento do ecossistema tecnológico nessas regiões. “Esse protocolo de intenções assinado no Encontro Folha Business é uma ótima sinalização para os mercados regionais. Aqui pudemos ver na prática como um encontro promovido pela iniciativa privada e integrados com a iniciativa pública ajudam a construir um ambiente que fortalece a conversa entre os estados em prol da criação de um ambiente de negócios mais próspero em dois estados relevantes para o país”, destaca o presidente da Apex Partners. Tallis Gomes, fundador do G4 Educação e Easy Taxi, que presenciou a assinatura, projeta que os mercados regionais devem ganhar protagonismo no cenário de inovação nacional por conta das vantagens competitivas e cidades com boa qualidade de vida. “Os dois estados são fortes em inovação, o Espírito Santo a caminho de se tornar a São Francisco Brasileira e o Paraná uma das forças do PIB brasileiro. Tendo a Apex como fio condutor isso vai fomentar a inovação dos dois estados e fazer com que surjam mais campeões. Acho que temos um desafio grande de investimento nos grandes centros, é difícil contratar regionalmente temos um custo de vida menor e uma qualidade de vida melhor. Existe uma importância grande da descentralização da economia de inovação”, analisa o empresário. Já Marcel Malczewski, CEO da TM3 Capital, gestora paranaense que decide os investimentos em startups do Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses), afirma que é cada vez mais viável desenvolver empresas de base tecnológica fora dos grandes centros brasileiros. “No nosso processo de investimento olhamos com mais cuidado para o interior e regiões que fogem dos grandes centro do país porque esses mercados tem menos atenção dos fundos de investimento. Hoje, cada vez mais startups florescem no interior do Brasil porque com o avanço tecnológico não existem mais barreiras para se desenvolver um projeto inovador fora das metrópoles. Na TM3 temos casos de sucesso de startups que nasceram em centros regionais”, destaca Marcel.