Espírito Santo encerra safra de 2024 com produção de 13,9 milhões de sacas de café, diz Conab

A Conab divulgou, nesta semana, o último levantamento da safra de café 2024. O Brasil encerrou o ciclo com uma estimativa de 54,2 milhões de sacas, uma queda de 1,6% em relação à safra de 2023. No Espírito Santo, entretanto, o cenário foi positivo, com a produção alcançando 13,9 milhões de sacas, um crescimento de 6,5% em comparação ao ciclo anterior. Entre as espécies cultivadas no estado, o café conilon registrou 9,8 milhões de sacas, uma redução de 3,1% em relação a 2023. Já o café arábica encerrou o ciclo com 4 milhões de sacas, um expressivo aumento de 40,7% frente à safra passada.

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Arábica e Conilon: balanço da safra

Nos últimos anos, a produção de café brasileira tem enfrentado desafios climáticos significativos, como geadas, restrição hídrica e ondas de calor. Em 2023, esses fenômenos climáticos impactaram a produtividade de importantes regiões produtoras

Entre as espécies cultivadas no Brasil, o café arábica apresentou desempenho positivo em 2024, mesmo em um ano de bienalidade alta. Contudo, as adversidades climáticas durante o desenvolvimento das lavouras, especialmente em Minas Gerais, limitaram o incremento de produtividade, que foi de apenas 0,2%. Ainda assim, a produção nacional de arábica totalizou 39,6 milhões de sacas de café beneficiado, um aumento de 1,8% em comparação com a safra anterior.

Por outro lado, a produção de café conilon apresentou queda. Segundo a Conab, houve redução de 5,9% na produtividade média, que chegou a 39,2 sacas por hectare, resultando em uma safra de 14,6 milhões de sacas. No Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, o volume foi de 9,8 milhões de sacas, uma redução de 3,1% em relação a 2023.

“Apesar do ciclo no estado capixaba ter apresentado um potencial produtivo muito bom no seu início, as condições climáticas entre outubro e dezembro de 2023, com ondas de calor intensas, proporcionaram uma quebra deste potencial na safra de 2024”, destacou a Conab em nota.

Espírito Santo: desempenho e otimismo

No Espírito Santo, a área de produção de café – abrangendo as espécies arábica e conilon – foi de 391,35 mil hectares, representando uma leve redução de 0,4%. Apesar disso, a produtividade no estado superou a média nacional, alcançando 35,4 sacas por hectare, um crescimento de 6,9% em relação à safra anterior.

A produção de café arábica foi destaque, encerrando 2024 com 4 milhões de sacas, um aumento expressivo de 40,7% em relação ao ciclo anterior, alinhado às expectativas para um ano de alta na bienalidade da cultura.

Para 2025, a previsão é de uma redução natural no volume devido à baixa bienalidade. No entanto, as condições climáticas até o momento são animadoras.

“Mesmo sendo um ano de baixa, esperamos que a safra de arábica supere a marca de 3 milhões de sacas, o que é um resultado bastante positivo. Tudo vai depender do comportamento do clima nos próximos meses”, afirmou Enio Bergoli, secretário de Agricultura do Espírito Santo.

Em relação ao conilon, as perspectivas também são favoráveis. Caso o clima permaneça estável, com chuvas regulares e sem extremos de temperatura até março, a produção pode alcançar um bom resultado.

Tecnologia para precisão na análise

O secretário de Agricultura do Espírito Santo também anunciou um projeto inovador em parceria com o programa AL-INVEST Verde, financiado pela União Europeia.

“Esse projeto fará um mapeamento detalhado das áreas de café no Espírito Santo, utilizando georreferenciamento, inteligência artificial e visitas de campo. Com isso, esperamos obter números mais precisos para as próximas safras”, destacou Bergoli.

A iniciativa busca aumentar a precisão das projeções, promovendo maior transparência e confiabilidade nos dados da produção cafeeira capixaba.

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Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.