O Brasil produz 2% do volume global de macadâmia, sendo que Espírito Santo (31%) e São Paulo (33%) são os maiores produtores nacionais da semente. No estado, São Mateus é responsável por praticamente toda a produção, com uma safra de 1500 toneladas em 2021. Nos últimos anos o valor da macadâmia quadruplicou e atraiu novos produtores. No último Programa Agrobusiness, conhecemos os bastidores da produção e beneficamento dessa noz.

Retorno econômico do cultivo de macadâmia vem após uma década

São Mateus é a capital da macadâmia por um bom motivo. Segundo o engenheiro agrônomo Rayan Carreta, a região é propícia para o plantio da noz, uma vez que o inverno da região coincide com o período de florada do pé, que é estimulada por temperaturas menores. Atualmente, boa parte da produção capixaba de macadâmia é exportada. Por isso,o controle de qualidade é essencial nas indústrias de processamento da noz, uma vez que é um produto de alto valor agregado e compradores internacionais são rigorosos com a presença de defeitos. Pelo crescimento da demanda e valorização dessa noz, nos últimos cinco anos, o valor de venda da macadâmia in natura subiu cerca de quatro vezes, passando de R$ 3 por quilograma para R$ 12 por quilograma. A alta dos preços estimula cada vez mais produtores a investirem no cultivo dessa noz, e a safra deve crescer quase duas vezes neste ano. Por outro lado, especialistas alertam que o retorno com essa cultura só vem no longo prazo. A muda leva até dois anos para ficar pronta, e mais quatro até dar os primeiros frutos. O retorno econômico vez apenas depois de uma década, quando as árvores chegam à fase adulta. Em razão disso, pomares de macadâmia geralmente são consorciados com outras culturas de retorno mais rápido, como café.

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Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.