A cafeicultura capixaba recebeu um investimento de R$ 8,5 milhões para a realização de pesquisas e desenvolvimento sustentável. De acordo com o Governo do Espírito Santo, essa é a maior alocação de recursos já registrada no estado para este propósito. Os projetos contratados abrangem uma gama de iniciativas, desde a implantação de práticas sustentáveis em mais de 8 mil propriedades rurais até o estímulo à participação feminina na cafeicultura. Além disso, contemplam pesquisas para a identificação do agente causador do cancro dos ramos do cafeeiro e o monitoramento da mosca-das-frutas em diferentes cultivos.

ES aporta o maior investimento da história na sustentabilidade da cafeicultura

Estes projetos operam sob o Programa de Incentivo à Pesquisa, à Extensão, ao Desenvolvimento e a Inovação Agropecuária (Inovagro), uma parceria entre a Seag e a Fapes. O Inovagro visa impulsionar políticas públicas estratégicas relacionadas à agricultura no estado, promovendo o desenvolvimento tecnológico e social no setor cafeicultor. No primeiro ciclo do programa, 11 projetos foram contratados, com ênfase na cafeicultura capixaba. Os investimentos totalizam R$ 8,5 milhões, direcionados R$ 5,4 milhões para a implementação de práticas sustentáveis em 8 mil propriedades rurais e a criação de unidades de referência em sustentabilidade. Parte dos recursos será empregada na realização de 99 unidades demonstrativas de irrigação, manejo e pós-colheita, além da realização de eventos educacionais, como dias de campo e cursos, visando a disseminação de boas práticas e tecnologias inovadoras. Uma parcela dos recursos, aproximadamente R$ 1,45 milhão, será direcionada para pesquisas sobre os cancros dos ramos do café e a mosca-das-frutas, visando a compreensão e o controle eficaz dessas ameaças à produção. Franco Fiorot, presidente do Incaper, ressaltou a importância desses investimentos para enfrentar esses desafios, destacando a necessidade de investigação científica para proteger a produção e o comércio de frutas no estado. “Estas questões exigem investigação científica para compreender melhor seus comportamentos, variedades e implementar estratégias eficazes de controle, visando proteger a produção e o comércio de frutas no estado”, explicou Fiorot. Além disso, destacam-se os projetos de extensão visam fortalecer a participação das mulheres na cafeicultura capixaba e promover a sustentabilidade no cultivo de café. Com iniciativas que atendem diretamente 1.000 cafeicultoras, oferecendo cursos, treinamentos e até mesmo a realização de um concurso estadual de cafés produzidos por mulheres. O restante dos recursos (R$ 850 mil) será utilizado para monitorar e avaliar os projetos, garantindo sua eficácia e impacto positivo a longo prazo. “Esse novo aporte de recursos serão destinados a diversos projetos, com foco primordial em dois temas essenciais: a promoção da sustentabilidade no setor agrícola, visando facilitar a inserção dos produtores capixabas no mercado internacional, e o fortalecimento da extensão rural, com especial atenção para o impacto positivo nas mulheres que atuam na produção de café”, destacou Rodrigo Varejão, diretor-geral da Fapes. Desde 2023, o Espírito Santo tem um Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura para aumentar a produtividade, promover a sustentabilidade ambiental e expandir a produção de cafés de alta qualidade. Com metas ambiciosas até 2030, espera-se que o Espírito Santo alcance uma média de 60 sacas por hectare no conilon, superando as 41,7 sacas por hectare de 2o22. No caso do arábica, a meta é alcançar 35 sacas por hectare, em comparação com as atuais 21,4 sacas por hectare. Em relação aos cafés superiores, o objetivo é produzir, até 2030, 4 milhões de sacas de café, sendo 2,5 milhões de sacas de arábica e 1,5 milhão de sacas de conilon.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.