A exportação de embriões bovinos no Brasil cresceu 49% em 2023, impulsionando o mercado de melhoramento genético. No Espírito Santo, Colatina se tornou referência nesse segmento graças a um laboratório especializado que produz cerca de 6 mil embriões por mês. Localizada no distrito de Ângelo Frechiani, a 20 km do centro de Colatina, a fazenda pioneira ilustra como a tecnologia está transformando o agronegócio.
Exportação de embriões bovinos no Brasil cresceu 49% em 2023
Segundo Paula Anastácia Trindade, proprietária, o principal foco é a comercialização de genética bovina. “Trabalhamos com melhoramento genético de diversas raças, produzindo embriões para venda. Em 2013, começamos com 500 embriões mensais e hoje atingimos 6 mil, escoando praticamente tudo no Espírito Santo”, relata. A produção é realizada por fertilização in vitro, combinando óvulos de vacas doadoras com sêmen de touros selecionados. João Horestes, técnico do laboratório, destaca a importância de rigorosos cuidados com higiene e temperatura durante a manipulação genética. Desde 2019, o laboratório expandiu significativamente ao participar de um projeto do Sebrae, ampliando sua rede de clientes. “Esse projeto foi um divisor de águas, ajudando a levar nossa tecnologia a mais produtores”, afirma Paula. Em 2023, a unidade foi habilitada para exportar embriões para Costa Rica e Colômbia, além de negociar com os Estados Unidos. Cada embrião custa, em média, R$ 500, incluindo serviços como aspiração, sexagem e transferência. A tecnologia democratiza o acesso ao melhoramento genético, permitindo que pequenos produtores aumentem rapidamente a produtividade de leite e carne com custos reduzidos. O crescimento do setor reflete uma tendência nacional. Dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial mostram que, no primeiro trimestre de 2023, as exportações brasileiras de material genético bovino somaram 200 mil doses, frente às 133 mil no mesmo período de 2022. Com investimentos em inovação e parcerias estratégicas, o laboratório de Colatina posiciona o Espírito Santo como um polo de melhoramento genético, fortalecendo produtores locais e consolidando o Brasil no mercado internacional.