As exportações capixabas de mamão apresentaram um desempenho positivo no início de 2025. O estado movimentou US$ 7,799 milhões no primeiro trimestre, um crescimento de 28% em comparação aos US$ 6,093 milhões exportados no mesmo período do ano anterior. Em volume, as exportações capixabas passaram de 4,412 mil toneladas para 5,573 mil toneladas, alta de 26,30%.
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Crescimento da cafeicultura abre caminho para expansão do mamão
As exportações de mamão no Espírito Santo tiveram um desempenho positivo, impulsionadas principalmente pela expansão da cafeicultura no estado. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), José Roberto Macedo Fontes.
Segundo ele, a valorização do café conilon nos últimos anos incentivou a implantação de novas lavouras, e, junto com elas, veio também o aumento no cultivo do mamão. “Quando se pensa na implantação de café Conilon, automaticamente se introduz o mamão, porque é a dobradinha perfeita. O mamão gera renda rápida e ainda proporciona sombreamento para o café”, explica Fontes.
O modelo funciona da seguinte forma: o produtor planta o mamão primeiro, colhe a fruta em cerca de oito meses e utiliza essa receita para custear também o desenvolvimento do cafezal, que leva mais de dois anos para começar a gerar retorno. “Essa estratégia facilita a implantação das lavouras e aumenta a oferta de mamão no mercado, o que também impulsiona as exportações”, destaca.
A maior disponibilidade de fruta nos packing houses (centros de beneficiamento e embalagem) permitiu que as parcerias com produtores se expandissem e que o volume exportado aumentasse. A boa reputação do mamão brasileiro, já consolidada no mercado internacional desde os anos 2000, também favoreceu a aceitação do produto. “Nosso mamão é o preferido lá fora. Quando não conseguem o brasileiro, é que buscam alternativas”, afirma o presidente da Brapex.
Apesar do crescimento contínuo, Fontes reconhece que gargalos logísticos ainda limitam uma expansão mais robusta das exportações. Como o mamão é transportado principalmente por via aérea, os custos de frete são elevados e impactam o preço final. “O mercado tem aceitado pequenos ajustes de preço, mas a logística ainda é um desafio, seja pela disponibilidade de voos, seja pelos custos”, ressalta.
O presidente da Brapex também chama atenção para a necessidade de os produtores, especialmente aqueles que entram no cultivo de mamão com o foco principal na cafeicultura, buscarem orientação técnica. “Às vezes o produtor planta mamão apenas pensando em ajudar o café e não domina o manejo da cultura. Se ele não tiver conhecimento sobre controle de viroses, época certa de plantio e práticas corretas, pode acabar não obtendo o retorno esperado”, alerta.
Crescimento das exportações brasileiras
Já as exportações brasileiras, também apresentaram um aumento significativo no primeiro trimestre de 2025, tanto em valor quanto em volume. O país exportou US$ 17,120 milhões no período, crescimento de 31,04% em relação aos US$ 13,062 milhões registrados no mesmo trimestre de 2024. Já o volume embarcado subiu de 10,422 mil toneladas para 13,363 mil toneladas, um avanço de 28,22%.