Em Vargem Alta, nas Montanhas Capixabas, uma empresa familiar tem conquistado o paladar do Sudeste brasileiro. A Doces Fardin, especializada na produção de doces à base de banana, fundada há 20 anos por Romildo e Marivania Fardin, transforma bananas em mais de 40 variedades de doces, como goiabadas, bananadas cremosas e a clássica mariola. O que começou como um complemento de renda devido à baixa no preço do café, hoje é uma agroindústria que produz 200 toneladas de doces por mês, atendendo estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais.
Portfólio da agroindústria de Vargem Alta tem cerca de 40 produtos à base de banana
Romildo Fardin conta que a ideia de fabricar doces surgiu em 2004, quando ele e sua esposa buscavam uma alternativa para sustentar a família. “No início, nossa intenção era apenas complementar a renda, mas com muito trabalho e dedicação, conseguimos expandir o negócio além do que imaginávamos”, relembra. A chegada dos filhos ao negócio durante a pandemia trouxe uma nova dinâmica à gestão. Hoje, a empresa une tradição familiar e modernização, com uma linha de produção automatizada que permite atender à crescente demanda. Selo “Amigos do Campo” Um dos diferenciais da Doces Fardin é o selo “Amigos do Campo”, criado para certificar os mais de 140 produtores parceiros que fornecem 240 toneladas de bananas mensalmente. O selo é um símbolo de sustentabilidade e confiança, garantindo a qualidade da matéria-prima. “É uma forma de valorizar nossos parceiros e oferecer um produto exclusivo ao mercado”, explica Romildo. O impacto econômico é significativo: a empresa injeta entre R$ 250 mil e R$ 300 mil por mês na economia local, gerando renda para dezenas de famílias na região. Valteir Uliana, um desses parceiros, dedica sua produção de 3 mil pés de banana exclusivamente para a fabricação dos doces da empresa. “É motivo de orgulho ter uma indústria como essa no nosso município. Ela ajuda famílias, gera renda e dá segurança para plantarmos sabendo que a produção será aproveitada”, destaca Valteir. A jornada da banana até se transformar em doces como a mariola zero açúcar começa com a colheita. O processo de produção inclui etapas como descasque, mistura de ingredientes, cozimento, descanso, corte e embalagem. A modernização foi essencial para atender à crescente demanda. Segundo Rafael Pola, gerente industrial, a chegada dos maquinários multiplicou a capacidade de produção. “Antes fazíamos tudo manualmente e produzíamos menos de um terço do que fazemos hoje. Com as máquinas, otimizamos os processos e garantimos maior eficiência”, afirma. Distribuição e expansão Com uma produção de 200 toneladas mensais, a Doces Fardin abastece o Espírito Santo e outros estados como Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. Ronatan Fardin, gerente administrativo, ressalta que os produtos são adaptados às diferentes regiões. “Em São Paulo, nossa mariola é chamada de bananada, e no Rio de Janeiro, de doce de banana. Estamos presentes em diversos mercados”, explica. Além de ser um exemplo de gestão familiar, a Doces Fardin fortalece a economia local e valoriza a produção capixaba, conquistando novos mercados e mantendo sua essência de qualidade e tradição.