Historicamente, os Estados Unidos são o principal comprador das rochas ornamentais do Espírito Santo. Mas a Gramazini, uma das cinco maiores exportadoras de rochas do país, fundada no Espírito Santo, foi além. Com a visão de atender os americanos com mais proximidade, com rochas americanas, brasileiras e estrangeiras, a empresa comprou uma planta de beneficiamento no Texas e adquiriu uma pedreira na Virgínia. Nesta mina, a Gramazini extrai o Virginia Black Granite, cientificamente chamada de diabase, rocha que está presente no Memorial do World Trade Center, em Nova Iorque, até nas grandes obras islâmicas do Oriente Médio.
 

 

Indústria da Gramazini no Texas pode processar até 15 mil m2 de rochas por mês

O granito Virginia Black está presente em monumentos que contam uma boa parte da história recente dos Estados Unidos. Não faltam exemplos: o Ground Zero, memorial das Torres Gêmeas; o Memorial das Forças Aéreas; o Memorial dos Veteranos de Guerra, e por aí vai. Essa rocha, ligada ao sentimento de orgulho americano, é hoje um dos carros-chefe da capixaba Gramazini nos EUA e tem atraído o interesse de grandes obras para aplicação em revestimento ‘outdoor’. A Gramazini adquiriu a pedreira durante o período da pandemia e é uma das três empresas que extraem esse material na Virgínia. “Esse material é famoso no país e tem muita história. Com ele, tivemos uma entrada em clientes que normalmente não teríamos com materiais estrangeiros. O americano é muito orgulhoso do país e tem desejo por esse material exclusivo”, explica Jhonatan Thomazini, diretor da Gramazini. Essa foi uma das estratégias da empresa capixaba para ganhar espaço na maior economia do mundo. A Gramazini também é dona de uma indústria de processamento de rochas no Texas, que recebe materiais de todo o mundo– inclusive do Brasil e da Europa– e  os beneficia para atender o mercado americano. “Compramos e trazemos blocos de todo o mundo e processamos nos Estados Unidos. Quando um cliente americano tem interesse em ver de perto um material, pode analisar o bloco e decidir qual acabamento quer dar”, acrescenta Jhonatan. Hoje, a planta texana processa 7 mil metros quadrados de rochas por mês, sendo uma parte considerável de Virginia Black. Com o crescimento dos negócios dos EUA, a capacidade pode chegar a 15 mil metros quadrados mensais. Apesar do otimismo com o mercado americano, Jhonatan aposta que a bola da vez é o mercado doméstico brasileiro. “No Brasil temos contato mais próximo com o cliente final, conseguimos dialogar e mostrar o real valor. É um mercado em que temos crescido, mas ainda depende de um trabalho de longo prazo para amadurecer”, completa. A Gramazini está no mercado desde 1992 e conta com  jazidas distribuídas pelo Brasil, com pedreiras no Espírito Santo, Ceará, Bahia e Minas Gerais, além dos EUA.  A empresa tem atuação mundial e exporta principalmente para países das Américas, além de China, Índia, Rússia e Inglaterra.

Ricardo Frizera

Colunista

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 9 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 9 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.