O Espírito Santo enfrenta um grande desafio com a transição tributária prevista para 2032, que extinguirá os benefícios fiscais que, há décadas, tornam o estado um polo atrativo para operações de comércio exterior, atacado e logística. Para enfrentar esse cenário, empresários e entidades trabalham em um plano para garantir a competitividade da economia capixaba. A aposta, segundo o grupo Recomex-ES, é transformar a economia capixaba ao consolidar o estado como um grande “hub logístico nacional”. Entenda.
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Plano busca desenvolver novos modelos tributários e atração de investimentos logísticos
A reforma tributária propõe uma mudança no modelo de arrecadação e distribuição de tributos no Brasil, o que impactará diretamente estados que, historicamente, utilizam incentivos fiscais para atrair empresas e cargas, como é o caso do Espírito Santo.
Para preparar o estado para o pós-2032, empresários e entidades criaram um grupo – Conselho Estratégico de Comércio Exterior e Logística do Espírito Santo, batizado de Recomex-ES – para discutir ações e consolidar um plano estratégico para garantir a competitividade da economia capixaba após a reforma tributária.
Entres as ações propostas estão a análise da regulamentação da reforma tributária, atração de investimentos para infraestrutura logística, o desenvolvimento de novos modelos tributários regionais e um esforço para incluir todo o estado na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), permitindo o acesso a incentivos fiscais federais e a linhas de crédito diferenciadas para investimentos produtivos.
“A grande questão não é apenas a mudança no regime tributário, mas sim como o Espírito Santo poderá se reposicionar nesse novo cenário para garantir que continue sendo um estado competitivo e atrativo para negócios. O plano não é apenas uma reação à reforma tributária, mas sim uma oportunidade de transformar a economia capixaba, preparando-a para um cenário de maior integração nacional e internacional”, explica Luciana Mattar, Advogada especialista em Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro.
“Reforçar essa vocação se torna a alternativa mais viável para garantir a competitividade econômica no longo prazo”
O plano de ação elaborado pelo Recomex-ES tem uma aposta clara para minimizar impactos da reforma tributária no estado: a vocação logística e o comércio exterior para transformar o Espírito Santo em hub logístico do país.
“O Espírito Santo tem uma posição geográfica privilegiada e uma infraestrutura portuária robusta. É um estado estratégico para o comércio exterior brasileiro, e diante das mudanças tributárias, reforçar essa vocação se torna a alternativa mais viável para garantir a competitividade econômica no longo prazo”, afirma Luciana Mattar.
Segundo ela, as ações necessárias envolvem investimentos em infraestrutura logística, integração de modais de transporte e o desenvolvimento de zonas especiais de comércio, como a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Aracruz.
“O fortalecimento da logística e do comércio exterior significa mais investimentos, maior circulação de mercadorias e geração de empregos qualificados. Com a criação de novos polos logísticos e industriais, o estado pode diversificar sua economia e reduzir os impactos da reforma tributária”, completa a advogada.
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