Escalada do preço do barril do petróleo, queda de produção entre importantes produtores e acordo político entre a OPEP para manutenção de valorização dos preços, além da retomada econômica global. Os fundamentos para a Petrobras eram promissores: mas, parafraseando Carlos Drummond de Andrade, “tinha um governo no meio do caminho”. *em colaboração com Luan Sperandio, editor-chefe da Apex Partners Acompanhe-nos no Instagram e WhatsApp
Intervir na Petrobras gera riscos políticos, fiscais e ambientais
Há ainda outros problemas. O governo já anunciou a suspensão de tributos federais sobre o diesel por dois meses, o que custará aos cofres públicos cerca de R$ 3,3 bilhões no período — o que pode elevar a pressão internacional sobre políticas ambientais no Brasil, além de aumentar os problemas fiscais ao pressionar o Ministério da Economia: como será compensado esse valor? Eis a questão. A Petrobras divulgará o resultado do último trimestre de 2020 na próxima quarta-feira (24). A expectativa de mercado é que a estatal registre ganhos de R$ 34 bilhões em 2021, ante R$ 29 bilhões há três meses. Tal resultado depende dos valores do barril do petróleo, mas também do governo desistir de praticar aventuras que no passado já deram muito errado.
Interferência na política de preços do combustível resultou em perdas de R$ 180 bilhões para Petrobras
Desde sexta-feira (19), a companhia já perdeu mais de R$ 100 bilhões de valor de mercado diante do receio de troca de comando na Petrobras. O aumento do preço do petróleo no mercado internacional e a desvalorização do real frente ao dólar resultaram no aumento dos combustíveis — isso após a desvalorização chegar a até 21% para a gasolina e 14% para o diesel quando comparado com o mercado internacional. Os reajustes da companhia, repassando os preços, desagradou setores da sociedade e motivou as críticas do presidente Jair Bolsonaro. A queda nas ações refletiu a precificação desse movimento. Os temores de investidores não são à toa: o governo de Dilma Rousseff foi marcado pela manipulação de preços da empresa de economia mista a fim de controlar a inflação. A própria empresa calcula que decisões de não repassar os preços internacionais para o diesel e a gasolina entre 2008 e 2018 causaram prejuízo de R$ 180 bilhões para a estatal. Para efeitos de comparação, segundo laudo da Polícia Federal de setembro de 2016, os prejuízos que a Petrobras teve com os esquemas de corrupção desvendados pela Lava Jato poderiam chegar a até R$ 42 bilhões, isto é, quatro vezes menos! Estatais não podem ser utilizadas para se fazer campanha de reeleição, políticas públicas e tampouco assistencialismo aos mais vulneráveis — para isso, o governo já dispõe de enorme orçamento e ferramentas que são, inclusive, mais eficazes. Mais do que isso: ao interferir na empresa, não será prejudicado apenas quem investiu em ações da Petrobras, mas em última análise toda a população com a falta de confiança gerada, instabilidades e até riscos de desabastecimentos.
Prof. Luciano Raizer lança livro sobre a Indústria 4.0
O que é indústria 4.0? Como aproximar pequenas e médias indústrias da transformação digital? Esses foram alguns dos temas estudados pelo professor Luciano Raizer em seu pós-doutorado na Alemanha, e que acabam de se transformar no livro “A Caminho da Indústria 4.0 – Fundamentos e orientações para a Transformação Digital na Indústria”.
Pós-doutorado na Alemanha
Os estudos de Luciano Raizer na Alemanha foram a base para apresentar os resultados de uma pesquisa com as indústrias capixabas em uma análise comparativa com a evolução da indústria Alemã em relação à maturidade na Indústria 4.0.
Fábrica Autônoma
O professor Luciano Raizer desenvolveu, junto ao DTI da Ufes, a proposta apresentada ao Instituto de Inteligência Computacional Aplicada (I²CA), localizado na Ufes, campus Goiabeiras, e também ao Conselho de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico (Copin), da Findes. O objetivo é trabalhar as pesquisas relacionadas às tecnologias da Inteligência Artificial (IA) para a Fábrica Autônoma. O foco é nas pequenas e médias indústrias.